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Enviada em: 12/07/2018

As três décadas em que a Dengue assola o território brasileiro indicam claramente que a abordagem aplicada no combate ao mosquito Aedes Aegypt deve mudar. Em um país de proporções continentais como o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, não é viável depender da conscientização popular para erradicar uma epidemia de tamanha gravidade, principalmente quando a pesquisa científica não é incentivada e questões de saneamento básico não são tratadas com a devida prioridade, como ocorre em nosso país.        Primeiramente, vale ressaltar que os avanços nos estudos sobre o vírus Zica, durante o surto dessa doença em 2013, foi encabeçado pelas Universidades Federais. Ainda assim, a PEC 241 de 2016 determinou que os repasses de verbas para Educação, inclusive pesquisas científicas, seriam congelados. Tal determinação é muito perigosa e tende a sucatear as faculdades e Institutos de pesquisa, extremamente estratégicos no combate às doenças transmitidas pelo Aedes, uma vez que tratam-se de vírus altamente mutáveis.       Além disso, é impossível reduzir a água parada, condição necessária para a proliferação do mosquito, sem que as condições de saneamento básico sejam modificadas, principalmente nos grandes centros urbanos. É comum, em regiões periféricas de metrópoles, verificar que existem existem comunidades, muitas vezes favelizadas, que vivem em meio a esgotos à céu aberto e não têm coleta regular de lixo. Nessas circunstâncias, colocar areias e vasos de plantas contribui efetivamente pouco.       Desse modo, pode-se concluir que o Brasil não tem direcionado esforços em aspectos fundamentais que mantém a condição epidêmica. Deve-se, portanto, revogar a PEC 241 e passar a investir nas pesquisas, estudos e projetos das nossas Universidade de acordo com as suas necessidades. É necessário, ainda, replanejar a infraestrutura primária das nossas cidades, garantindo que os sistemas de tratamento de esgoto e coleta de lixo sejam funcionais e abranjam todo o país. Assim, finalmente, doenças como a Dengue, a Chikungunya e a Zica poderão ser erradicadas.