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Enviada em: 28/09/2018

Em 1890, Aluísio Azevedo publicou "O Cortiço", romance naturalista que chocou pela animalização do homem que perdia sua humanidade e passava a agir pelos seus instintos. A obra é permeada por uma profunda crítica social e busca comprovar que o homem é produto do meio e da época em que vive. Apesar do lapso temporal e espacial que difere essa ficção da realidade, hoje, percebe-se que a postura da sociedade brasileira frente ao problema das epidemias e políticas de saúde publica mostra-se como um dos aspectos de uma sociedade ainda animalizada e que fecha os olhos diante de valores éticos, morais e sociais. Nesse sentido, é válido analisar as raízes e a persistência das epidemias no Brasil, bem como as consequências delas, associadas ao comprometimento publico, para a sociedade brasileira. A fim de propor medidas eficazes para a saúde pública.       Nota-se, em uma análise inicial, que as epidemias são naturais em todas em sociedades. As origens delas, em uma linguagem cientificista, são relacionadas à evolução dos micro-organismos patogênicos. Isso porque, embasado na teoria de Charles Darwin, o mais forte sobrevive e prolifera. Se tratando de micro-organismos causadores de doenças, essa evolução nem sempre é positiva, pois promove doenças que muitas vezes não existe tratamento, ocorrendo assim a persistência das epidemias no Brasil e no mundo.       É importante compreender que as consequências das epidemias estão diretamente associadas às políticas de saúde publica. Sendo o governo, o principal culpado. Tal fato ocorre, pois as verbas são destinadas em maior parte para o tratamento das doenças, ficando escanteado a questão da prevenção. É ignorado o fato de que a prevenção das doenças tem um custo dez vezes menor do que o tratamento delas, segundo dados da OMS(Organização Mundial da Saúde). Além do governo gerar mais gastos e necessitar de maior arrecadação de impostos, compromete a força produtiva do País, promovendo problemas individuais e nacionais.        Compete, principalmente, ao Ministério da Saúde fazer um melhor aproveitamento das verbas, ampliar a parcela que é destinada para a prevenção de doenças, promovendo economia e permitindo, assim, a melhoria dos hospitais públicos com o excedente das verbas. Essa prevenção ocorreria com o auxilio de investimentos nos setores científicos relacionado com a medicina preventiva. Além disso, o governo pode juntamente com a mídia, as escolas e a população, promover propagandas e debates acerca das epidemias, como forma de promover o conhecimento de formas tradicionais de evitar doenças. A partir dessas medidas, a sociedade poderia enfim se tornar cada vez mais humanizada, cada vez menos animalizada e mostraria que a sociedade também influencia o meio que a cerca.