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Enviada em: 24/10/2018

No século XIV, devido à falta de higiene nas ruas europeias, a Peste Bubônica causou a morte de milhares de pessoas. Na contemporaneidade, apesar dos avanços da medicina, novas epidemias continuam surgindo. Nesse contexto, deve-se analisar como a omissão estatal e a falta do exercício da cidadania influenciam o surgimento de epidemias no Brasil.        Em primeira análise, é importante destacar a negligência do poder público. Segundo a Carta Magna de 1988, a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas públicas que visem a redução do risco de doenças. Dentre as medidas que mitigam a incidência de diversas enfermidades está o saneamento básico. No entanto, no Brasil há uma carência muito grande desses serviços, conforme mostram os dados, do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), que mais de 40% da população não tem acesso a coleta e tratamento de esgoto. Consequentemente, a ineficiência do Estado expõe a população a um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças.       Outro fator válido de se ressaltar é a forma errônea com que o corpo social lida com as medidas preventivas. Apesar de ter consciência sobre as formas de transmissão e medidas de profilaxia de varias doenças, muitas pessoas só agem em situações emergenciais. É sabido, por exemplo, que sempre se deve estar com o cartão de vacinação em dias. Todavia, muitos indivíduos cultivam a ideia de que tal problema não vai acontecer com eles e assim vão adiando os seus deveres. A exemplo disso está o surto de febre amarela que ocorreu em 2017 e só depois do acontecido várias pessoas correram rapidamente em direção aos postos de saúde para vacinar.        Diante desses impasses, necessita-se, urgentemente, que as Prefeituras das cidades, onde o acesso ao saneamento é deficiente ou inexistente, por intermédio de capital, invistam nesses serviços prioritários, a fim de atenuar tal problema. Ademais, cabe ao Ministério da Educação incentivar o exercício dos direitos e deveres nas crianças desde cedo, por meio da inclusão da disciplina de cidadania na grade curricular dos ensinos fundamental e médio, visando formar cidadãos mais responsáveis. Desse modo, é possível minimizar o surgimento de epidemias.