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Enviada em: 06/04/2019

Segundo o professor Amos Alcott: "Ignorar a própria ignorância é a doença do ignorante" e, por décadas, a falta de conhecimento a respeito de epidemias foi o grande problema da sociedade. No entanto, no Brasil, a ignorância não é a única autora dos desafios na promoção da saúde, ela segue acompanhada de descasos governamentais e de lacunas na responsabilização de entidades regulatórias associadas ao tratamento de água e esgoto.   No contexto de um país emergente, populoso, extenso e de clima tropical, as doenças com potencial para se tornarem epidemias são numerosas. Dentre elas, podemos citar a dengue, o sarampo e a cólera que exigem uma conduta versátil de tratamento e controle, o que torna o processo, substancialmente, complicado. Nesses casos, as intervenções possíveis estão relacionadas ao saneamento básico, imunizações e combate a vetores.   Entretanto, atualmente, essas ações dependem de profissionais habilitados, da população consciente e de órgãos públicos executando fiscalizações. Infelizmente a conscientização está precária, como exposto pelo Programa Nacional de Imunizações, em 2018, o índice de vacinação de crianças foi o menor em 16 anos. Além disso, há municípios que não contam com entidades responsáveis pela vigilância do saneamento básico, somado a isso, no país não há profissionais suficientes para fazer busca ativa de focos de contaminação em todo o território.   Nesse sentido, as prefeituras devem abrir concursos para contratar Agentes de Saúde que consigam abarcar as demandas de controle de epidemias, através de visitas domiciliares para educar, continuamente, a população com uma linguagem fácil e detectar a presença de vetores de doenças na respectiva localidade. Além disso, o MEC deve tornar obrigatório, em todos os Estados, a exigência do cartão de vacinação no ato da matrícula nas escolas. Dessa forma, epidemias, no Brasil, passarão da condição de realidade para apenas um conceito e um fato histórico.