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Enviada em: 13/04/2019

Em virtude das condições sanitárias e do desconhecimento da etiologia das doenças infecciosas no Brasil durante muitos séculos, uma parcela da população brasileira foi dizimada, limitando o desenvolvimento demográfico e reduzindo a expectativa de vida da sociedade. Contudo, apesar do destaque da pesquisa médica científica brasileira e do Sistema Único de Saúde (SUS), algumas epidemias voltaram a ter relevância na sociedade contemporânea, tornando-se um grande desafio nacional. Esse cenário é resultado, geralmente, de fatores ambientais que provocam o descontrole na proliferação de vetores de doenças e do escasso investimento na saúde pública em áreas prioritárias.       De acordo com o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor do livro "Meio ambiente & epidemias", as intervenções humanas sobre o meio ambiente podem alterar o ciclo de vida de microorganismos vetores de doenças epidemiológicas, como a dengue e a febre amarela. Diante disso, o intenso desmatamento e a urbanização desorganizada de novas áreas são entraves que provocam o aumento do indice de reprodução de vetores e, posteriormente, o número de casos de pessoas contagiadas. Entretanto, as reduções de investimentos em saúde pública e em infraestrutura física, aprovada pela Lei Orçamentária Anual de 2019, podem agravar ainda mais essa realidade, principalmente, nas regiões mais carentes do país, pois além de ocorrer a redução dos centros de monitoramento das doenças, também provoquem a precarização do saneamento básico.        Outro agravante é o número de pessoas portadoras de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) no Brasil. Segundo o boletim epidemiológico da Anvisa, no ano de 2018 o aumento de novos portadores se deu em maior parte entre os jovens brasileiros. A partir desses resultados, pode-se inferir que as principais razões que motivam essa progressão são: a pouca valorização da educação sexual nas escolas pelo governo e escolas, a falta de diálogo na família e ineficientes políticas de medicina preventiva.       Sendo assim, a fim de que sejam minimizados os entraves que dificultem a redução de epidemias no Brasil, o Governo Federal, através do Ministério da Saúde e da Anvisa, promovam o desenvolvimento de softwares mais eficientes no monitoramento de fatores promotores de doenças epidemiológicas em tempo real. Deve-se priorizar as regiões com maiores índices de ocorrência. Tal projeto deve ser desenvolvido em universidades públicas com o objetivo de fortalecer a participação da comunidade acadêmica e científica. Porém, para que essa medida tenha eficiência é necessário maiores investimentos financeiros e valorização da saúde básica.