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Enviada em: 14/04/2019

Atualmente, o Brasil vem presenciando o retorno de várias epidemias e endemias erradicadas. Esse cenário é promovido pela má gestão do Estado e, verbas insuficientes para o Sistema Único de Saúde(SUS). Além desses fatores, a ausência de uma parcela da população em campanhas de vacinações e a falta de compromisso na atuação das medidas profiláxicas  impedem o desenvolvimento da saúde pública no país.    Em  primeiro lugar, é possível perceber que no decorrer da história brasileira a saúde era privilégio de quem possuía recursos financeiros. Na República, vários institutos foram sendo modelados para auxiliar os trabalhadores com carteira assinada, como um meio indireto de manter as relações produtivas fluindo. Contudo, esse auxílio não se estendeu para o resto da população. Em 1986, o 8º Congresso Nacional de Saúde ampliou os conceitos de saúde pública, inspirou o capítulo de saúde para a atual Constituição e, a elaboração do SUS. Os avanços são inegáveis, mas os desafios continuam. Os impostos destinados são incapazes de suprir as necessidades básicas, como produtos hospitalares, e quando chegam, são mal administrados pela gestão local, afetando assim, a qualidade do atendimento. A piora nos serviços públicos impulsiona os grupos privados fazendo com que surja planos de saúde, sendo assim mais um elemento de compra.      Por conseguinte, a população está notoriamente deixando de se vacinar. Isso implica na retomada de patologias, que no passado eram motivos de aflição, tais como: poliomelite e paralisia infantil. A queda da cobertura vacinal no Brasil está intimamente relacionada com as notícias falsas na internet. De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) as chamadas "fake news" se espalham 70% mais rápido que as informações verídicas. Esses dados tornam mais difícil controlar e separar o que é ou não verdadeiro sobre as consequências das vacinas. Essa perspectiva relembra a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro, quando as pessoas eram tão contrárias às exigências sanitárias que a vacina se tornou obrigatória.     Urge então, a necessidade de mudança sobre a visão da saúde pública no Brasil. O Estado e a sociedade devem trabalhar em conjunto para uma melhor resolução desse cenário. A nação deve participar ativamente das ações políticas solicitando e cobrando melhorias no funcionamento de hospitais e postos de saúde, por meio de baixos assinados, corroborando na busca pelos seus direitos. O governo deve, através do preparo de agentes de saúde, efetivar as campanhas de vacinação organizando expedições municipais, para aumentar o contato entre os profissionais e o cidadão. Diante disso, o Brasil possa fazer valer o artigo 196 da Constituição: "Saúde, um direito de todos e dever do Estado."