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Enviada em: 28/05/2019

De acordo com o filósofo Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De forma análoga, é possível perceber que, no Brasil, a incidência de epidemias rompe essa harmonia, em face de um histórico debilitado no tocante à saúde pública. Sendo assim,faz-se indispensável desconstruir barreiras sociais e estruturais a fim de erradicar essa problemática na atualidade.    Em primeiro lugar, esse cenário recai sob as disparidades sociais. A Constituição Federal de 88 determina, dentre outros fatores, a universalidade da saúde pública, isto é, que seja acessível a todos os brasileiros.Contudo, mediante vestígios do período colonial, o acesso à informação, tratamento e cuidados médicos depende diretamente da condição social do indivíduo. Tal fatídico se relaciona com dados da Prefeitura do Rio de Janeiro, os quais afirmam que a incidência da dengue é cinco vezes maior nos bairros mais carentes da cidade.Dessa forma,nota-se que a desigualdade constitui um dos pilares das epidemias e inviabiliza a construção de uma coletividade mais saudável.    Ademais, a falha estrutural configura outro atenuante.Conforme veiculado pelo IBGE, mais de 30% dos municípios brasileiros tiveram aumento de doenças contagiosas associadas ao saneamento básico, como ''zika'' vírus e ''chikungunya''.Tais patologias são transmitidas pela picada do mosquito ''Aedes aegypti'', que se reproduz em água parada.Consequentemente, sem o devido manuseio, o acúmulo de lixo em domicílios e nas ruas, decorrente da coleta irregular, favorece o acúmulo de água nas redes de esgoto.Assim, lacunas no serviço público configuram outro fator de risco nesse ciclo de proliferação.    Infere-se,portanto, que a incidência de epidemias compromete a saúde dos brasileiros.Para reverter esse cenário, é necessário que o Estado garanta assistência efetiva à população, via medidas preventivas, como investimento em infraestrutura dos centros de saúde pública, qualificação  do saneamento básico e fiscalização regular das condições de manutenção da qualidade de vida coletiva.Além disso, é importante que os meios de comunicação intensifiquem as campanhas educativas sobre doenças proliferativas, tanto de precaução quanto de tratamento.Dessa maneira, torna-se possível seguir a prescrição do filósofo Auguste Comte,'' ver para prever, a fim de prover''.