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Enviada em: 29/05/2019

No livro "Os donos do poder" o sociólogo Raymundo Faoro descreve como o legado patrimonialista - herança da colonizaçao portuguesa- contribuiu de forma negativa na origem de impasses sociais.De maneira análoga, hoje Faoro perceberia acertada sua tese, em razão dos desafios na saúde pública no Brasil, um quadro que reflete negativamente no âmbito social, tanto pelos hábitos errôneos da sociedade, quanto pela falta de verbas destinadas à essa conjuntura.Portanto, cabe avaliarmos os reflexos que comportam esse quadro .     No cenário atual que comporta a saúde pública, a sociedade encontra-se anexada a uma posição de apropriação de maus hábitos cotidianos que atrelada às condições precárias de saneamento básico, favorece um ambiente propício para as arboviroses -destacando-se o Aedes Aegypti.Dessa forma, esse favorecimento impacta diretamente no aumento do número de casos de acometidos, que segundo a secretaria de saúde ( SES) houve um aumento de 22,8%, um cenário que poderia estar longe do panorama brasileiro se a atenção básica cumprisse devidamente seu papel e, por conseguinte, a geraçao de boas condutas cotidianas.      Faz-se mister, ainda, salientar a falta de investimentos nesse âmbito como outro fator agravante.Consoante o escritor Darcy Ribeiro,o Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade e descaso.Sob a óptica desse pensamento, é notório que a perpetuação do problema é intensificada por essa "enfermidade" que configura-se no descaso, visto que o mesmo impede que a população usufrua seu direito à saúde, possibilitando o progresso do entrave.          Infere-se, portanto, que hajam medidas para os ocorridos que têm contrariado ao que se define saúde. Dessa maneira, urge que a esfera federal em parceria com os ministérios da saúde de cada estado, promova, fiscalize e efetue um planejamento de políticas públicas destinadas a esse panorama, por meio de agentes públicos de saneamento básico nas comunidades, com o fito de mitigar o número de casos e garantir o direito de todos. Ademais, os mesmos agentes devem propagar campanhas de conscientização a boas práticas. A partir dessas ações, apraz que um dos impasses originados, segundo Faoro e Darcy, pelo estado patrimonialista, seja eliminado da lista de problemas sociais do Brasil.