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Enviada em: 09/06/2019

Durante a Guerra Fria, o sociólogo francês Raymond Aaron afirmou que a guerra era improvável e a paz impossível, resumindo o conflito internacional. Entretanto, ainda hoje no Brasil, o conflito, entre o que o Estado falha em dever promover e a falta de consciência coletiva da sociedade como protagonista do mundo real, dá continuidade à ondas, cada vez maiores, de doenças epidêmicas e desafia o sistema público de saúde no Brasil.      Em primeira análise, é importante salientar que o conflito entre Estado e sociedade já transcorre desde o início da primeira república em decorrência de uma falta de diálogo mútua que vitimiza pessoas. Sob tal ótica, emergiu, no passado, a Revolta da Vacina e, no presente, o movimento anti-vacina. Tendo em vista a real dimensão dessa falta de diálogo, as doenças epidêmicas veem se espalhando pela extensão do país e, repetindo os erros do passado, afasta novamente turistas.      Ademais, é necessário ressaltar que, apesar das doenças epidêmicas atuais diferirem das doenças do passado, as consequências para o país como um todo repetem. Nesse cenário, fica nítido que o último surto de Microcefalia, resultante da ausência de controle do zika vírus, não só afastou turistas no período das Olimpíadas, mas também sacrificou o futuro de crianças e famílias, muitas vezes em situação de carência financeira, nas quais passaram a conviver com o que poderia ser prevenido.       Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas para lidar com o desafio das epidemias no Brasil. Cabe ao Ministério da Saúde promover diálogo com a sociedade através de campanhas de conscientização sobre a urgência de prevenir tais doenças em meios de mídia de massa, como novelas e filmes. Além disso, o Governo Federal deve mobilizar-se em prevenir, investindo em pesquisas em universidades públicas para que assim o sociólogo francês não resuma mais a realidade do desafio da saúde pública.