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Enviada em: 01/06/2019

Na obra "O cortiço", o naturalista Aluísio de Azevedo retrata as mazelas sociais (como, por exemplo, a moradia precária e falta de saneamento básico) que assolam a população brasileira, tornando-a extremamente singular e desigual. Apesar de ser uma ficção, o livro retrata uma realidade que, mesmo com o avanço da ciência, ainda se faz presente no Brasil contemporâneo, graças à omissão do poder público. Sob esse aspecto, milhares de brasileiros vivem em condições sub-humanas, sendo submetidos diariamente a dezenas de doenças que se propagam graças à situação supracitada.   De início, pode-se lembrar que a presença de epidemias no Brasil não é uma invenção do século XXI; no ano de 1563, como a intensa chegada dos portugueses ao país, a varíola foi instalada e perpetuada em todo território ocupado, tornando-se uma epidemia, que atingiu, principalmente, os índios (visto que, estes já viviam às margens da sociedade no Brasil colônia). Sob essa perspectiva, pode-se afirmar que a propagação de doenças, tornando-as epidemias, está diretamente ligada à desigualdade social. Segundo o jornal "Estadão", no ano de 2016 foram contabilizados cerca de 224.101 casos de dengue no Brasil, tendo como principal afetada, a classe proletária, graças à falta de informação, prevenção e acesso à saúde de qualidade. Estes são apenas alguns dos fatos que consolidam o escárnio sofrido diariamente pelos brasileiros, que há séculos vivenciam um sistema governamental que opta por dar valor à vida do povo quando ela já foi levada por epidemias que poderiam e devem ser combatidas.   Tem-se conhecimento que a constituição cidadã de 1988, garante pleno acesso aos direitos básicos da população, como, educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade, em contraste, o governo age com imensurável descaso, ao não proporcionar políticas públicas funcionais que ofereçam uma vida digna e saudável à sociedade. Um dos fatos que afirmam essa situação é a propagação de epidemias em comunidades carentes (como, por exemplo, a dengue, gripe suína, zika vírus, chicungunha...), sem qualquer tipo de apoio ou preocupação estatal. O educador Paulo Freire afirma que "se a educação sozinha não transforma, sem ela tampouco a sociedade muda", logo, pode-se afirmar que a educação é o único caminho viável e eficaz para obter-se uma sociedade plural, equitativa e desenvolvida.   Portanto, medidas são necessárias para combater o impasse. O Ministério da Educação junto ao Sistema Único de Saúde deve promover uma campanha de conscientização (através de panfletos e palestras), e vacinação em escolas públicas e comunidades carentes, visando proteger a população. É imprescindível que o Governo Federal  invista nas pesquisas científicas feitas pelas universidades federais em prol de combater epidemias no país, aumentando assim a demanda e acessibilidade da saúde pública nacional. Somente dessa forma será possível alcançar uma sociedade justa e saudável.