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Enviada em: 16/07/2017

A exaltação das terras brasileiras por sua fauna, flora, e localização geográfica, foi tema frequente dos poetas indianistas do século XIX. Contudo, tais poetas se negavam a versar sobre a condição brasileira em razão dessas características: a de local propício para epidemias tropicais. Fazendo parte da história do país, principalmente após o descobrimento, esse problema de saúde pública perpetua-se até então, causando imensos transtornos.     Decerto, o Brasil desenvolveu mecanismos de prevenção de epidemias, como o atual sistema de vacinação. Prova disso são os índices que apontam para a erradicação, por exemplo, da varíola. A preocupação para com as epidemias surgiu em 1804 - com a primeira vacina no país -, no entanto, foi apenas com Vargas, e seu governo direcionado à população, que observamos um legado de campanhas de vacinação em massa. Hoje, a metodologia brasileira de imunização é referência dentro dos países emergentes de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), que aponta sua abrangência e eficácia.     Em casos onde não há a possibilidade de vacinas, e a transmissão se dá por vetores, o país apresenta dificuldade em eliminar o habitat dos mesmos. Isso porque esse processo depende de uma ação conjunta entre população e Estado. Tal como a dengue e a leptospirose: ambas doenças urbanas, onde a primeira tem sua ocorrência baseada na criação de focos do mosquito transmissor em residências, e esta última, na falta da coleta do esgoto de quase 50% da população no Brasil. Logo, não é possível uma culpabilização unilateral, na medida que a sociedade, como um todo, possui responsabilidade no que tange à problemática.     Fica claro, portanto, a gravidade do quadro epidêmico brasileiro, e a necessidade de intervenção sobre o mesmo. É preciso que o Estado mantenha os projetos de imunização, buscando ampliar seu alcance e eficiência. Além disso, deve garantir o saneamento básico e o controle de zoonoses, através do acréscimo de investimento nas áreas com potencial biótico para os vetores. À mídia, resta o papel de promover campanhas informacionais que apresentem conteúdo prático para as massas, com abordagem acerca de prevenção, identificação de sintomas e tratamento dessas doenças.