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Enviada em: 18/07/2017

É inegável a importância de assegurar as condições básicas de desenvolvimento urbano e social como formas de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira. Entretanto, o aumento do número dos casos de epidemias no Brasil vai na contramão do ideal proposto. Nesse contexto, faz-se indispensável entender as causas desse crescimento como forma de realizar o combate e prevenção a esses males no país.     Em primeiro lugar, urge salientar a marginalização urbana histórica da população carente, desde a república velha, com a criação dos cortiços, como raiz do problema em discussão. Em virtude das condições inóspitas de vida em ambientes periféricos, as epidemias, como a Dengue, Zika e Chikungunya ocorrem com maior frequência, pois a falta de saneamento básico propicia melhores circunstâncias para o desenvolvimento do vetor. Dessa forma, a ingerência estatal frente às áreas mais carentes corrobora para a intensificação da questão em debate.    Para o sociólogo alemão, Karl Marx, as dificuldades sociais são fabricadas pelas relações econômicas desiguais existentes no sistema capitalista. A vida social produz e reproduz, em diferentes níveis, uma multiplicidade de relações contraditórias, que, por sua vez, são responsáveis pela manutenção das desigualdades sociais. Diante do exposto, torna-se indubitável que as diferenças sociais é um agravante desse infortúnio, uma vez que apenas uma pequena parcela da população tem acesso às melhores condições de vida. Além disso, é necessário rever as políticas públicas sanitárias atuais, visto que, em sua maioria, tratam-se de medidas emergenciais, não havendo a educação da população quanto a prevenção. Diante disso, a educação preventiva torna-se fundamental para evitar a disseminação de doenças, através da mudança de hábitos da sociedade brasileira.     Portanto, torna-se evidente que às epidemias configuram-se como um problema intrínseco à realidade do país, o qual necessita de soluções. Cabe ao Governo Federal, em parceria com as esferas públicas administrativas estaduais e municipais, investir em políticas públicas de urbanização de áreas mais carentes, a fim de promover uma reforma urbana que propicie melhores condições de vida, como o saneamento básico, aos que lá vivem. Além disso, o Estado, em parceria com a mídia, por meio de propagandas governamentais, deve instruir a população quanto as medidas profiláticas das doenças mais comuns em cada região que a informação está sendo veiculada, para que ocorra mudanças de hábitos frente ao problema. Sendo assim, é possível que as mazelas oriundas da desigualdade social proposta por Marx diminuam e avanços sociais venham ocorrer.