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Enviada em: 07/09/2017

No período da República Oligárquica, eclodiu-se a Revolta da Vacina, a qual foi motivada pelas políticas sanitaristas adotadas sem o consentimento da população. Sob essa alusão histórica, é factível afirmar que, por mais que desde o início do século XX existam preocupações no que tange à saúde pública, atualmente esta é problematizada, sobretudo, pela persistência das epidemias - seja pela precariedade de cooperativismo social, seja pela insuficiente sistemática governamental. Logo, é indubitável que deva haver mediações para atenuar patologias epidêmicas no Brasil.      Conforme defendeu Zygmunt Bauman, o momento histórico atual é marcado pela efemeridade das relações interpessoais e pelo individualismo. Ao seguir essa linha de pensamento, faz-se possível relacionar tal perda do pensamento coletivo com a relativização, por parte da sociedade, das prevenções de epidemias - como as de combate a mosquitos vetores - que visam à ação colaborativa de cada um no intuito da erradicação. Não é por acaso que, hodiernamente, um dos maiores entraves para o controle de doenças epidêmicas está relacionado à dificuldade de eliminação de focos reprodutivos de mosquitos como o Aedes Aegypti, os quais necessitam de ações cooperativas da sociedade. Logo, cresce a cultura do individualismo paralelamente à dificuldade de garantir a saúde da população.      Ademais, os obstáculos para as erradicações não se limitam a questões sociais. A esfera governamental, por sua vez, está intrinsecamente relacionada a esta adversidade. Isso é verossímil pois, tem-se não só um espaço urbano com grandes irregularidades de cunho sanitário, como também uma carência de fiscalização ao demasiado desmatamento, o qual desencadeou, com grande parcialidade, o alarmante aumento do número de casos de Febre Amarela Urbana. Diante deste cenário, é perpetuada a transmissão de doenças epidêmicas e, concomitantemente, é tendenciada a adaptação de insetos vetores ao espaço urbano pela morosidade de resoluções - o que dificulta, cada vez mais, a atribuição de soluções para esta problemática.       Torna-se evidente, portanto, a necessidade de intervir no que se refere às epidemias no território nacional. Para tal fim, o Ministério da Educação deve acrescer, à grade curricular, aulas no modelo de "escola cidadã" - proposta por Paulo Freire - que visam à abertura de debates sobre o cooperativismo social, e à palestras de especialistas que abordem este assunto, com o intuito de desmistificar o individualismo. Outrossim, os órgãos governamentais devem, além de promover uma reforma sanitária no espaço urbano - como a remoção de focos de mosquitos e o saneamento básico -, uma rígida fiscalização no eixo do desmatamento (como na Amazônia e no Pará), para assegurar a saúde no país.