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Enviada em: 19/09/2017

Foi só uma vez                                   TEMA: O AUMENTO DAS DSTs ENTRE OS JOVENS NO BRASIL       A campanha do Ministério da Saúde do Carnaval desse ano, trouxe como slogan: ''No carnaval, use camisinha e viva essa grande festa!”. Entretanto, a falta de prevenção dos jovens brasileiros contra as doenças sexualmente transmissíveis preocupam as autoridades de saúde. Prova disso é que 43,4% dos jovens entre 15 e 24 anos não usam preservativos com parceiros eventuais, conforme dados do Governo Federal. Em vista disso, é preciso analisar de que forma a precaução dessas doenças vem sendo tratada nas mídias e como a falta de conhecimento influência na continuidade dessas mazelas.     A princípio, observa-se a ausência de uma mídia que aborde esse tema ao longo do ano, com uma linguagem capaz de alcançar claramente a juventude. Isso porque as campanhas publicitárias do Governo Federal são autoritárias, inacessíveis e temporárias. Bom exemplo disso é o ''use camisinha'', que passa nas TVs e rádios somente no mês do Carnaval. Além disso, muitas mensagens veiculadas têm favorecido a construção de alguns estigmas e discriminações que impedem os jovens de lidar e se prevenir adequadamente dos vírus, já que não incluem questões de afetividade e prazer, elementos primordiais numa boa comunicação. Desse modo, os veículos de comunicação são fundamentais na divulgação de informações de qualidade sobre o assunto.    Outrossim, destaca-se a carência de conhecimentos sobre o HIV/AIDS, as DSTs e as formas de infecção. Segundo o educador Paulo Freire, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria construção. Conforme essa linha de pensamento, os jovens menos suscetíveis são aqueles que dialogam abertamente com os pais e que tem maior escolaridade, visto que um em cada cinco acredita ser possível contrair HIV utilizando os mesmos talheres ou copos de outras pessoas, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde. Dessa maneira, apesar dos jovens não perceberem, essa vulnerabilidade em relação às doenças existe e é latente.      Fica claro, portanto, que o permanente avanço das doenças sexualmente transmissíveis é fruto da ineficiente linguagem dos meios de comunicação e do desconhecimento dos jovens. Com o propósito de diminuir esse problema, o Governo Federal precisa ampliar a quantidade de campanhas de prevenção no restante do ano e criar canais de comunicação por meio de materiais impressos e redes sociais capazes de ajudá-los a ter uma compreensão clara das ações preventivas. Ademais, cabe as escolas propor debates e discussões sobre educação sexual durante todo o ano letivo, recorrendo aos temas transversais para a revisão de antigos estigmas e aquisição de sabedoria afim de controlar a transmissão desses males. Só assim viver-se-ão essa grande festa mais vezes.