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Enviada em: 27/10/2017

Nos últimos anos, novas doenças estão surgindo e patologias consideradas erradicadas no passado estão voltando a aparecer em forma de surtos e epidemias. Nesse contexto, a nação brasileira tem vivido um verdadeiro estado de calamidade pública. Diante dessa situação de impotência, a justificativa mais imediata é a de culpar a incompetência do Estado na gestão das unidades de saúde, além da corrupção, que desvia dinheiro da área. Contudo, estaria realmente aí o motivo dessa problemática?        Em primeira análise, deve- se ressaltar que diversas enfermidades, como a febre amarela, dengue, zika e chikungunya, transmitidas pelo Aedes Aegypti, estão atormentando a população brasileira. Logo, as questões de ordem médica culminaram em um importante problema social e político: o debate sobre a  insuficiência do Brasil, depois de tantos anos, no combate às epidemias. No entanto, ao contrário do que se pensa o senso comum, os males da saúde pública não estão associados apenas a ineficiência do Estado, mas na crença de que cabe a ele a completa e total responsabilidade de resolver todos os fatores causadores.       Em suma, é imprescindível frisar que essa centralização da saúde pública, no Governo Federal, é inaceitável. Ela sufoca a iniciativa da sociedade civil e a torna refém de burocratas do Estado. Embora seja crucial a aplicação de políticas públicas na saúde, tais ações sempre terão um caráter subsidiário, complementar. Logo, observa-se que o poder público só deve intervir naquilo que a população não consegue por si só.       Levando-se em consideração epidemias transmitidas pelo Aedes Aegypti, é evidente, portanto, que o meio mais eficaz de combatê-las não é exigindo que o Estado concentre todas as resoluções, mas sim garantindo caminhos para que os cidadãos assumam o protagonismo nessa luta. Isso poderia ser obtido ensinado técnicas de combate ao mosquito nas casas e escolas, patrocinando programas de financiamento aos planos de saúde, estabelecendo parcerias público-privadas, para que eles forneçam serviços às populações carentes, além de redirecionar verbas para pesquisas que visem erradicar o transmissor. A curto prazo, a ação direta do Estado é essencial, porém, a longo e médio prazo, só a atuação efetiva da sociedade civil é capaz de render frutos.