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Enviada em: 25/03/2018

Durante a metade do século XIV, na Europa, generalizou-se a proliferação de uma das maiores pandemias da história, conhecida como Peste Negra, a qual foi responsável por dizimar boa parte da população e decretar o fim da Idade Média. Não obstante, hodiernamente, no Brasil, o avanço das epidemias, haja vista a fragilidade da saúde pública, bem como o descaso populacional, revelam-se como as contradições mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento que necessita de transformações. Nesse sentido, convém analisar as vertentes que englobam tal problemática.            Em primeiro plano, segundo a Constituição Federal, de 1988, a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas públicas que visem a redução do risco de doenças. Entretanto, é indubitável que os frequentes casos de, por exemplo, Aids e Dengue, nas regiões mais pobres do país, mostram que muitos indivíduos não experimentam esse direito na prática, visto que os fatores que minimizam a incidência de tais doenças, como as informações acerca dos meios de transmissão e sobre os métodos de proteção (caso da Aids), assim como o saneamento básico e a coleta de lixo regular (caso da Dengue) são mínimas nessas regiões. Soma-se a isso, a inexistência de um trabalho governamental contínuo de prevenção, uma vez que há mobilizações somente em épocas de crise, o que favorece o surto de doenças evitáveis.              Outrossim, vale ressaltar também o papel fundamental da sociedade no que tange ao assunto saúde pública. Nesse contexto, os indivíduos acabam, por vezes, relegando somente ao Estado o compromisso do combate a enfermidades, negligenciando, assim, seu lugar central de cidadania no combate a propagação de tais epidemias, a exemplo, não deixando água parada, mantendo o lixo em locais apropriados, mantendo a vacinação em dia e, no caso das doenças sexualmente transmissíveis, utilizando preservativos. À vista de tais preceitos, as epidemias, sejam elas causadas por vetores ou não, configuram-se uma chaga social que demanda imediata resolução.              Com efeito, o diálogo entre sociedade  e Estado acerca de  como lidar com epidemias é medida que se impõe. Para que se reverta esse cenário problemático, portanto, faz-se necessária a atuação governamental, por intermédio da ABRELPE (Associação de Empresas de Limpeza Pública) e médicos, fiscalizar por meio de planilhas, e realizar mutirões mensais, principalmente, em bairros periféricos, eliminando locais propensos à reprodução de vetores de doenças, bem como a disponibilizar cartilhas e panfletos informacionais sobre a Aids, a fim de educar a população. Ademais, fica a cargo do Ministério da Educação implementar na base curricular do Ensino Médio, por meio de diálogos e debates, as informações acerca das epidemias, para que os mesmos influenciem no seu meio familiar.