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Enviada em: 24/08/2019

O filósofo Aristóteles já dizia que o importante não é viver, mas viver bem, de modo pleno. Concomitantemente, fazendo um paralelo com o impacto da biotecnologia na vida da humanidade, vê-se que ela trouxe melhoramentos na medicina, agricultura almejando esse viver pleno. Não obstante, conciliar a biotecnologia e a ética é um desafio, diante de uma sociedade individualista e segregada, o que pode levar à consequências negativas no presente e no futuro.        A Revolução Verde foi um marco na sociedade moderna, de modo que, ela almejava unir o avanço tecnológico no combate à fome mundial. Por esse viés foram desenvolvidos os alimentos transgênicos, organismos geneticamente modificados (OGMs), que poderiam se reproduzir em uma escala muito maior. Em contrapartida à essa ideia nobre, o que de fato aconteceu, foi o controle desse mercado por uma minoria de grandes empresários, já que esses organismos requerem insumos caros, resultando em um custo maior que é revertido para o consumidor.     Ademais, um outro ponto de destaque seria o uso da engenharia genética na geração de novos indivíduos, de modo que, os pais poderiam optar por escolher as características que seus filhos venham a ter. Tal fato, implica diretamente no questionamento de até onde seria saudável e ético modificar a natureza. Dessarte, distopias como o livro "Admirável mundo novo" de Aldous Huxley trazem à tona uma sociedade futurística ainda mais segregada, esta é dividida em castas e os que são geneticamente superiores detém o poder.       Em suma, o império do "eu" no mundo resulta em um distanciamento entre a biotecnologia e a ética. Assim, é preciso que haja um maior estudo dos possíveis impactos, por meio da associação entre governo, pesquisadores e empresas da área. De modo que, o resultado desses estudos sejam divulgados e discutidos em fóruns pela sociedade. Para que assim, de maneira conjunta, seja decidido o que será benéfico ou não. Só assim a biotecnologia será explorada eticamente em prol do bem comum.