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Enviada em: 26/08/2019

O filósofo Aristóteles aborda sobre ética em seu livro “Ética a Nicômaco”, o qual tem o objetivo de fazer com que as pessoas pensem sobre as suas ações, colocando assim a razão acima das paixões, pois o ser humano vive em sociedade e as suas atitudes devem ter em vista o bem comum. Nesse ínterim, urge debater sobre a conciliação da biotecnologia e a ética, desafio a ser resolvido pela comunidade e poderes públicos.                         A priori, a biotecnologia moderna propõe a introdução de alimentos geneticamente modificados no Brasil. De início, é necessário reafirmar os valores sociais para que a ciência se desenvolva, sempre dentro de seus limites. Nesse contexto, há uma grande responsabilidade por parte dos cientistas, caso causem algum dano à saúde, o que já foi comprovado a partir do uso de alimentos transgênicos. Em suma, a participação social é uma ferramenta adequada para a decisão, pois tem a capacidade de discernir perante as vantagens e desvantagens da utilização desses produtos.                                                                                          Sob esse viés, percebe-se que os grandes problemas práticos da bioética são a dificuldade em trabalhar a relação entre a certeza do que é benéfico e a dúvida sobre os “limites”, sobre o que deve ser controlado e sobre o como isso deva se dar. Nesse sentido, a Constituição incumbe, por meio do artigo 225, o ao Poder Público "preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as atividades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético". Sendo assim, resta dirigir o “fazer” com equilíbrio e prudência, entre as apertadas fronteiras do necessário e do possível. Destarte, contata-se o iminente desafio de conciliar a ética e a biotecnologia. Para tanto, faz-se imprescindível a participação consciente da sociedade brasileira, através da educação, da informação e do acesso a esta e, se necessário, mais adiante, mediante uma consulta plebiscitária, realizada através do Governo Federal, a fim de que todos tenham possibilidade de externar suas opiniões. Dessa forma, as atitudes de um indivíduo terão em vista o bem comum de toda uma sociedade, assim como expressa Aristóteles.