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Enviada em: 26/08/2019

Transgênicos. Células-tronco. Vacinas. Essas são algumas aplicações da biotecnologia que trouxeram melhorias na qualidade de vida da humanidade. Entretanto, a cultura bélica e o emprego da biotecnologia inserido no contexto capitalista, são alguns dos desafios a serem superados para a conciliação entre ciência e a ética. Diante disso, entender as causas são fundamentais para a superação desses entraves.  É preciso constatar, antes de tudo, que a indústria da guerra é um impedimento para a aplicação ética da ciência. O período compreendido entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial foi marcado pelo que a história chama de "Paz Armada". Nesse período, foi intensa a produção de novas armas, inclusive químicas e biológicas, as quais deixaram um saldo de quase 20 milhões de mortos, além de países inteiramente devastados. Tal fato, deixa claro que quando quando o assunto é matar o inimigo não existe ética, ou seja, qualquer que seja o meio para alcançar essa finalidade é válido e aceitável.  Além disso, a biotecnologia sob égide exploratória do capitalismo também configura-se em um desafio a ser superado. Theodor Adorno e Max Horkheimer, ambos da escola de Frankfurt, formularam o termo "indústria cultural" para evidenciar o fato de o capitalismo ter se apoderado dos avanços tecnológicos com a finalidade de manipular a sociedade, potencializando seus lucros. Sendo assim, pode-se perceber que a ideologia  que gera necessidades em quem não as possui e manipula informações, também constitui-se um entrave à ética na ciência.  Fica claro, portanto, que   existem obstáculos a serem vencidos para a conciliação entre a ética e a biotecnologia. Nesse sentido, as mídias podem através de campanhas publicitárias nas redes sociais, despertar o senso crítico da população para a política armamentista governamental e a manipulação da ciência para fins unicamente lucrativos. Dessa maneira, quem tem o poder de voto e o dinheiro para gastar, poderá trazer a ética às biotecnologias.