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Enviada em: 04/09/2019

A criação do antibiótico, em 1928,  por Alexander Fleming é somente um exemplo de que vários avanços tecnológicos melhoraram a qualidade de vida dos indivíduos. No entanto, há também alguns obstáculos para uma integração efetiva entre a biotecnologia e a esfera da ética, como a falta de legislação que regule algumas práticas e ausência de consenso acerca dos efeitos, na população, de inovações tão recentes.  Em primeiro lugar, é importante ressaltar a falta de diretrizes gerais que organizem práticas associadas à biologia. Exemplo disso, noticiado em jornais como o Estadão, é o caso do cientista chinês He Jiankui; ele alterou o gene de 2 embriões no intuito de dificultar a infecção pelo vírus da AIDS. Todavia, esse procedimento foi criticado pela comunidade internacional porque, além de ser proibido em vários países, como os Estados Unidos, modificou o patrimônio celular dos fetos e criou a possibilidade disso mudar o funcionamento de outras partes do DNA. Dessa forma, é evidente a necessidade de criar regras que versem sobre o tema para evitar a execução de testes duvidosos.  Outrossim, destaca-se o diminuto consenso acerca das consequências de uma série de inovações biológicas.De acordo com o filósofo Hans Jonas, uma ação deve ser realizada apenas se o futuro de gerações vindouras não for prejudicado. Entretanto, a produção de alimentos transgênicos, por exemplo, está em desacordo com o importante pensamento do estudioso. Atualmente, ainda não há conclusões sobre os efeitos nos humanos desses transgênicos, isto é, seres que receberam estruturas de outra espécie. Ademais, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil, dentre vários outros países, produz e comercializa boa parte de sua produção agrícola, especialmente da soja, com traços de modificação genética. Embora isso ocorra, não há princípios éticos que garantam a segurança de tais produtos. Logo, é preciso que uma solução eficiente seja debatida.   Desse modo, é necessário que a temática seja discutida e que os impasses sejam resolvidos. Primeiramente, a Organização Mundial da Saúde deve, por meio de conferências e do repasse de verbas para pesquisas, definir as regulamentações para o uso das ferramentas biotecnológicas, de modo a minimizar incertezas relacionadas aos avanços científicos e a impedir procedimentos de caráter danoso ou duvidoso. Além disso, é fundamental que cada país, em parceria com universidades, possa aprofundar o levantamento de informações sobre essas transformações na ciência, a fim de que existam informações seguras à disponibilidade de todos. Assim, certamente haverá muito mais descobertas positivas, como o brilhante feito do médico Fleming, do que negativas.