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Enviada em: 08/09/2019

A Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, assinada pelos países membros das Nações Unidas, tem a finalidade de estabelecer limites e parâmetros sobre o que é ético no desenvolvimento de experimentos científicos. Sem esses limites bem estabelecidos, a tecnologia, que sempre esteve relacionada ao avanço da sociedade, pode ser usada de forma a trazer consequências negativas.      É preciso analisar que corporações podem tirar proveito da tecnologia para maximizar seu lucro. Algumas empresas dos Estados Unidos estão oferecendo o congelamento de óvulos como benefício aos trabalhadores. Tal prática pode ser vista como uma tentativa de reduzir o afastamento por gravidez e até mesmo adiá-la, a fim de não interromper a carreira dos profissionais. Esse é um exemplo de biopoder que Foucault entendia como uma forma de “explorar numerosas e diversas técnicas para subjugar os corpos e controlar a população”. Vê-se, então, que o desenvolvimento tecnológico que deveria melhorar a sociedade está sendo usada em benefício de poucos.      Além disso, promover mudanças genéticas em seres humanos pode incentivar a disseminação de ideias eugenistas. A possibilidade de modificar características genotípicas e fenotípicas pode criar um novo grupo social e, com isso, criar uma segregação hierárquica, tal qual a ideia de eugenia de Francis Galton, que pretendia provar que a capacidade intelectual era hereditária a fim de justificar a exclusão de negros, imigrantes asiáticos e deficientes. Esse pensamento deve ser prevenido para que não se repita na história casos como a Alemanha nazista que pretendia a homogeneização da humanidade.      Dessa maneira, fica claro que a ética e a ciência devem caminhar lado a lado. Visto que o desenvolvimento tecnológico é um direito de todos os países, faz-se necessária a ampliação da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos a todos eles. Com isso, espera-se promover a discussão sobre o desenvolvimento científico para, então, esclarecer os limites da ciência e, enfim, criar uma legislação eficiente para a área.