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Enviada em: 16/08/2019

Falta de verba. Falta de recursos e assistência. Vontade de trocar de curso. Os fatores citados são, por vezes, os que mais influenciam na evasão universitária, fazendo com que essa seja um desafio para a contemporaneidade brasileira. Dessa maneira, a desistência de cursos superiores se torna uma anomalia, em que as consequências e as dificuldades em reduzir os índices estão diretamente relacionadas com o baixo investimento público nas universidades, somada à influência da crise financeira, que impede o custeamento de universidades privadas.       Em primeiro lugar, percebe-se a ineficiência do Estado em garantir a permanência dos universitários nas instituições de ensino público. Sob tal contexto, é observado que, o bloqueio de R$ 5,81 bilhões na educação, promovido pelo Governo Federal em março de 2019, é um dos fatores que ocasiona a evasão universitária, visto que a falta de verba nas universidades compromete a aprendizagem do indivíduo, pois, em alguns casos, professores não são pagos e entram e greve, e as estruturas das universidades ficam sem manutenção. Nesse sentindo, tal corte contraria o pensamento do economista britânico Arthur Lewis, que diz que a educação nunca é despesa, mas sempre investimento com retorno garantido.       Não obstante, a crise financeira, que incidiu o Brasil em meados de 2015, também é um dos fatores que impulsiona a evasão universitária, e faz com que a diminuição dessa seja um desafio. Assim sendo, a influência direta do período de recessão econômica facilitou a evasão, uma vez que houve uma alta na taxa de desemprego, impossibilitando não só o poder de compra da população, mas também o ingresso em instituições privadas. À vista disso, dados fornecidos pelo INEP mostram que, em um período de dez anos, a taxa de desistência universitária brasileira se manteve constante, todavia, houve um acréscimo quando relaciona-se essa com a universidade privada, pois os dados estão em 25%.       Fica claro, portanto, que medidas imprescindíveis sejam postas em prática, a fim de diminuir a evasão universitária no Brasil. Logo, o Ministério da Educação (MEC), juntamente com o Ministério da Economia (ME), deve atenuar o sucateamento das universidades públicas, por meio do arrecadamento de verbas e destiná-las às instituições públicas mediante o aumento dos impostos de empresas privadas. Para além, o ME e Bancos Públicos, tais quais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, devem promover programas sociais que visam ao auxílio financeiro aos endividados pelo SERASA, por meio de concessão de empréstimos a juro zero, a fim de não comprometer a renda familiar, permitindo, dessa forma, o ingresso do indivíduo na universidade privada. Com tais propostas aplicadas de forma efetiva, a evasão universitária deixará de ser um problema na sociedade brasileira.