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Enviada em: 18/08/2019

Segundo o historiador Yuval Noah Harari, em "Homo Deus", a maior fonte das riquezas das sociedades, na atualidade, seria o conhecimento. Sobre esse ponto, infere-se a necessidade de uma cultura de valorização da construção do conhecimento, a qual, infelizmente, é rompida no Brasil, onde encontra-se um grande índice de evasão universitária dos jovens em processo de formação. Tal evasão suscita uma discussão acerca dos seus impactos para a sociedade e dos desafios que se apresentam no enfrentamento dessa problemática. Nesse sentido, torna-se vital adotar uma postura de combate a essa prática no país, seja por representar perda econômica, seja por descortinar um cenário de caos.       No que se refere ao primeiro ponto, é relevante destacar o papel transformador da educação não só a nível individual, mas, de modo generalizado, social. Para elucidar essa questão, o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, frisa que "a educação não transforma o mundo, a educação muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo". A partir disso, observa-se que a importância da formação superior nas universidades vai além da qualificação profissional do estudante, mas impacta na formação moral e cívica, mediando as relações entre os membros da sociedade civil e cultivando uma consciência coletiva. Entende-se, então, a evasão universitária como um efeito desagregador que interrompe tal processo e impede a formação de coesão social entre entes que não mais são unidos.       Já em relação ao segundo ponto, é válido discutir que a evasão por si revela um cenário de ensino insalubre, desigual, desoportuno e que não beneficia o corpo discente, nem tampouco o docente. Acerca disso, o sociólogo brasileiro Simon Schwartzmann, defende que situações danosas como insegurança o depredação, mais atrapalham o processo educativo e as relações de trabalho em tais locais. Posto isso, infere-se que a evasão escolar aparece como uma resposta a essas circunstâncias e revela tanto a insatisfação quanto o desestímulo dos alunos a prosseguirem com sua formação superior. Isso é demonstrado em notícias veiculadas pela mídia que denunciam condições de depredação, sobretudo em universidades da rede estadual de ensino.        Defronte ao que foi apresentado, cabe uma reflexão acerca de medidas capazes de reverter a evasão universitária no Brasil. A respeito disso, é dever do Ministério da Educação, em parceria com as secretarias de educação, por serem os responsáveis em fiscalizar e administrar as instituições de ensino superior públicas, desenvolver projetos de atração e valorização da educação universitária. Isso pode ser feito através da restauração dos espaços físicos, melhorando as condições de ensino e aprendizagem, e a aproximação com os estudantes por meio das mídias sociais e programas de ampla participação. Tudo com o objetivo de polarizar novamente atenção às universidades e evitar a evasão.