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Enviada em: 20/08/2019

Desde a segunda metade do século XX, com o início da Revolução Tecno-Científica, observa-se, no âmbito global, um incremento na demanda por uma mão-de-obra qualificada capaz de superar os obstáculos presentes no mundo contemporâneo. Nesse sentido, percebe-se no Brasil um empecilho para a formação dessa categoria de trabalhadores devido ao aumento dos índices de evasão universitária no país. Dessa forma, faz-se necessário o debate acerca dos principais desafios para a diminuição desse indicador na sociedade brasileira.       A princípio, é importante ressaltar que a ineficiente política de assistência estudantil constitui um fator relevante na elevação dos índices de evasão. Segundo o economista inglês Arthur Lewis, a educação nunca pode ser vista como despesa, ela é sempre um investimento com retorno garantido. Nesse contexto, evidencia-se no país um descaso governamental com a aplicação de capital para pagamento das bolsas universitárias, o qual configura um cenário contrário ao pensamento de Lewis. Logo, sem o apoio financeiro necessário para viver com dignidade e continuar os estudos, muitos alunos optam por desistir de seus cursos, o que resulta na redução de um dos retornos garantidos pela educação, que é a formação de profissionais qualificados para atuar em benefício da população.       Em segunda análise, cabe destacar que o sucateamento das universidades no Brasil contribui para agravar o problema. De acordo com o Artigo 205 da Constituição Federal, promulgada em 1988, a educação de qualidade é um direito de todos e dever do Estado. Contudo, observa-se no país um panorama que vai de encontro ao apresentado na Carta Magna. Sob tal ótica, é inegável que situações como as péssimas condições das salas de aula e laboratórios, a falta de professores e o pequeno ou até mesmo inexistente acervo bibliográfico diminuem a qualidade da educação oferecida nos institutos de ensino brasileiros e, por conseguinte, desincentivam os alunos a continuarem sua graduação neles.       Infere-se, portanto, que há desafios que precisam ser enfrentados no Brasil para a diminuição dos índices de evasão universitária. Para que esse evento seja minimizado, urge que o Ministério da Educação, por meio de verbas governamentais, incentive a permanência dos estudantes nas escolas superiores, com o fornecimento de bolsas a todos que não possuem renda suficiente para se manter, contratação de docentes capacitados e melhoria do espaço físico das instituições de ensino. Espera-se com isso que o número de abandonos nos cursos superiores diminua no país e que o Brasil figure como um membro significante na resolução dos obstáculos da contemporaneidade com a utilização de profissionais formados em suas universidades.