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Enviada em: 22/08/2019

Em meados do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se para o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: "Brasil, país do futuro". Entretanto, quando se observa a inadimplência governamental em dar assistência estudantil aos universitários de baixa renda, que enfrentam grandes obstáculos para se manter na graduação e a falta iniciativas por parte das Instituições em acolher tais indivíduos em vulnerabilidade, percebe-se que a profecia não saiu do papel. Nesse contexto, deve-se analisar as razões que fazem dessa problemática uma realidade.    Em primeiro plano, cabe ressaltar que consoante o Ministério da Educação, desde 2005 (início da atuação do programa) até 2017, o ProUni registrou mais de 117 mil bolsistas que deixaram a universidade, sendo 63 mil desses alunos autodeclarados pretos ou pardos. Ou seja, 54% dos índices do evasão universitária no Brasil são feitos por pessoas de baixa renda e que se encontram em vulnerabilidade financeira, tendo que conciliar o trabalho com os estudos. Nesse sentido, observa-se a negligência governamental em dar uma assistência estudantil efetiva a tais indivíduos, que em muitos casos, deixam o curso devido a grande dificuldade de custear as despesas, haja vista que a família não possui recursos econômicos para dar auxílio-lo, é um dos maiores entraves da pós-modernidade.    Outrossim, com o desdobramento dessa temática denota-se a carência de projetos sociais que dão amparo aos alunos que se encontram nessa situação também corrobora para o agravamento dessa problemática no sistema Educacional. Assim, é importante salientar que muitos jovens de escola pública, que ingressam na universidade, após anos de dedicação, enfrentam extremas dificuldades devido a falta de base necessária para dar continuidade à formação e acabam desistindo. Nessa perspectiva, a dificuldade de assimilar a matéria do ensino superior devido a precaridade da formação primária desses indivíduos também contribuem para a não continuidade do curso.    Infere-se, portanto, que é de extrema necessidade que o governo incite metidas para amenizar a evasão no Ensino Superior. Logo, é imprescindível que o MEC instigue projetos de nivelamento de curso em todas as Universidade, com o intuito de auxiliar os jovens que estão com dificuldades em determinadas disciplinas, para tal medida será preciso que sejam feitas monitorias com cargas horárias flexibilizada para os estudantes, essas aulas extras podem ser administradas pelos professores e pelos veteranos. E também, para a efetivação de tais medidas é necessário que o governo dê bolsa incentivo aos alunos que se encontram em vulnerabilidade financeira, como recurso para mante-los na universidade. Nessa conjuntura, o Brasil do futuro proposto pelo Zweig estará mais tangível.