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Enviada em: 21/08/2019

O ex-presidente da África do Sul e ativista negro Nelson Mandela apontava a educação como a arma mais poderosa para modificar o mundo. Todavia, os índices elevados de evasão em universidades brasileiras demonstram que o país segue caminho oposto ao pensamento de Mandela, pois fatores como o desemprego e as diminutas condições econômicas dos jovens são agravantes desse problema.   Em primeiro lugar, ressalta-se o elevado índice de desemprego registrado no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 13 milhões de pessoas estão sem ocupação. Ademais, consoante pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mais da metade dos jovens que enquadram-se nessa situação possuem nível superior, mas trabalham em um cargo de menor qualificação. Desse modo, nota-se que grande parte desse grupo, ao perceberem tal conjuntura social, desiste da graduação e opta por empregos que não exigem diploma universitário. Portanto, é fundamental que mais ofertas de emprego, focadas no ensino superior, sejam geradas a fim de minimizar esse impasse.   Outrossim, as baixas condições financeiras dos acadêmicos é um dilema. De acordo com o previsto pela Lei de Cotas, em vigor desde 2012, cerca de 50% dos candidatos a uma vaga em universidades públicas ou a bolsas em faculdades privadas possuem renda não superior a um salário mínimo e meio por membro da família. Dessa forma, muitas vezes não é possível custear todas as despesas vinculadas à graduação, como transporte, alimentação e materiais de estudo, o que leva à desistência ou ao abandono do curso.   Além disso, conforme a visão do sociólogo Émile Durkheim, "O todo define as partes". Desse modo, esforços individuais isolados não mudarão o atual cenário de evasão, pois ela acontece, em boa parte, devido a fatores externos ao indivíduo. No entanto, a busca da melhoria da conjuntura brasileira atual certamente culminará em resultados positivos.   Logo, é essencial encontrar maneiras de solucionar o problema. Primeiramente, é dever do Ministério da Educação- órgão responsável pelas instituições de ensino superior-, em parceria com faculdades privadas, repassar verbas para que essas empresas possam, por meio da aplicação de provas, selecionar e contratar universitários, a fim de que estes possam ter expectativas de emprego. Ainda mais, as universidades estaduais e federais podem ampliar seus programas de concessão de bolsas e de assistência estudantil, como forma de facilitar a permanência dos alunos. Assim, como afirmou Nelson Mandela, a educação será uma ferramenta eficiente de transformação social.