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Enviada em: 23/08/2019

Um tema que gera diversas discussões, atualmente, é a evasão universitária no Brasil. Essa problemática representa sérios prejuízos socioeconômicos ao país, já que boa parte do mercado de trabalho é sustentada pelo público acadêmico. Logo, se faz necessária a discussão sobre as causas desse problema, dentre as quais se podem elencar o despreparo psicológico de diversos alunos universitários, somado à exigência social da posse de um diploma acadêmico.      O primeiro desafio a ser superado é o despreparo psicológico dos alunos de nível superior. Ora, no ensino médio, eles vivem uma realidade muito "distante" daquela presenciada no meio universitário, já que estudam apenas três anos letivos, não necessitam da escrita de artigos científicos e não são muito cobrados pela sociedade por uma posição privilegiada no mercado de trabalho. O resultado desse contraste são alunos sobrecarregados de trabalhos acadêmicos, provas, estágios, o que é feito durante no mínimo quatro anos letivos de faculdade. Torna-se, portanto, complexo gerenciar as emoções num ambiente tão exigente, de modo que muitos discentes desistem da faculdade por desenvolverem quadros de depressão, ansiedade ou esquizofrenia. Dados do Ministério da Saúde comprovam isso: só em Medicina, em 2010, os índices de depressão e suicídio chegaram a quase 50%, devido à sobrecarga de trabalho, ao estudo,ao  estágio e à pressão social sofrida pelos alunos.     O segundo desafio é a exigência social da formação universitária. Isso ocorre a partir de uma construção histórico social da imagem de um universitário, já que, durante a história do Brasil, normalmente, as classes mais privilegiadas tiveram acesso ao meio acadêmico, enquanto as camadas sociais mais "baixas" deveriam trabalhar para se manterem estáveis financeiramente. Ou seja, o ato de estudar não deveria ser realizado por qualquer indivíduo, visto que apenas um público seleto o deveria fazer. Essa desigualdade histórica, certamente, se reflete nos dias atuais, uma vez que, tendo a oportunidade única de acesso igualitário às faculdades, a sociedade exige dos alunos de ensinos médio e básico a formação em algumas delas no Brasil. Ou como diria Durkhein, ela realiza uma coerção social, uma "força" sobre seus indivíduos, exigindo um diploma acadêmico a todo custo.     Portanto, os desafios para a redução da evasão universitária são o despreparo psicológico e a exigência social por uma formação de nível superior. Estes podem ser resolvidos por meio de investimentos do Ministério da Saúde em palestras educativas ministradas por psicólogos, que orientariam os alunos pré universitários no tocante à administração de suas tarefas e ao gerenciamento do tempo. Seus professores também podem ajudar lhes apresentando outras possibilidades de carreira além da acadêmica. Assim,a evasão será reduzida,e os alunos,preparados para o mercado de trabalho.