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Enviada em: 25/08/2019

O sonho de conquistar o diploma universitário pode surgir em várias fases da vida: no ensino médio, na juventude, meia e até terceira idade. Além de status de sonho, a conquista da qualificação profissional por meio dos cursos superiores pode estar atrelada ao desejo familiar, aumentos salariais, bem como concursos públicos que exigem nível superior. Não obstante, não é incomum o fato de muitos universitários desistirem do curso escolhido. Posto isso, é preciso compreender as possíveis causas das frequentes desistências: de acordo com dados divulgados pelo INEP (2016), 3 milhões de estudantes abandonam o curso superior todos os anos. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho e a insatisfação com a faculdade são duas das várias motivações.  Em primeiro lugar, parte da população estudantil é composta por pessoas que também são as principais provedoras da família, sendo obrigadas a, muitas vezes, enfrentarem rotinas extremamente cansativas entre estudo e trabalho na busca por melhor qualificação e consequentemente aumento de salário. Sendo o emprego ligado à subsistência do estudante e da família, esse é priorizado, levando, portanto, ao abandono do ensino superior quando a conciliação não é mais viável.  Em segundo lugar, a não identificação do estudante com o curso escolhido por ele ou, em alguns casos, indicado ou até imposto pela família é outra causa frequente da evasão universitária. Ademais, é necessário destacar que a inserção no meio universitário, além de pré-requisito para empregos mais rentáveis é cultural, uma vez que grande parte dos brasileiros consideram indispensável a sucessão "da escola para a universidade até o ofício". Destarte, isso faz com que muitos alunos em posse de aptidões para outros tipos de atividades se sintam deslocados nas tradicionais.  Dessa maneira, é possível concluir que existem motivos deveras distintos para a evasão escolar que exigem soluções adequadas. Por exemplo, é importante que haja na grade de todas as escolas do ensino médio do país uma matéria direcionada para a descoberta de áreas com as quais o jovem mais se identifica, que não são, necessariamente, cursos superiores. No que tange ao outro motivo propriamente dito, para que os estudantes possam conciliar o trabalho com a educação, é necessário que hajam lei trabalhistas que subsidiem o trabalhador universitário, como menor carga horária em dias de provas, sendo essas horas restituídas a empresa pelo Estado, em dinheiro ou por meio de incentivo fiscal. Esse processo beneficiará o estudante, que terá mais tempo para estudar; a empresa, que será compensada e terá funcionários mais qualificados; e por fim, o Estado, que estará investindo na educação da população.