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Enviada em: 26/08/2019

Para Bill Gates, abandonar a universidade de Harvard, apesar de ser uma decisão arriscada, foi o que o permitiu dedicar-se integralmente a empresa "Microsoft", que, posteriormente, o fez o homem mais rico do planeta. Entretanto, evadir o ensino universitário é, para muitos, uma realidade indesejada, especialmente no Brasil, onde ainda faltam regulações trabalhistas para estudantes e instituições fortes de custeio dos estudos.         O primeiro entrave para o discente é a ausência de regulamentação e incentivo aos trabalhos para universitários, que os permitiria conciliar necessidades financeiras com a dedicação necessária à educação. O bloco europeu já adota como política oficial do seu programa "ERASMUS", de incentivo ao intercâmbio entre universidades, a garantia do direito do estudante de requerer meia jornada. Evidentemente, essa salvaguarda possibilita que um número maior de estudantes financie seus estudos.       Todavia, há cursos cuja dedicação ao estudo se sobrepõe ao trabalho, de modo que até mesmo a meia jornada se torna impeditiva. Nesses casos, é impreterível a existência de instituições capazes de financiar os estudos, sob fundo perdido, mas que são, ainda, ausentes no Brasil. Consequentemente, diversas carreiras se fecham para alunos de baixa renda, como medicina, direito, engenharias e pesquisa científica. Um relatório publicado pela USP, em 2014, mostra que quase metade dos estudantes do curso de medicina tem renda familiar acima de 10 salários mínimos, o que evidencia a dificuldade de alunos de menor renda para prolongar seus estudos.       Em síntese, a questão da evasão do ensino superior perpassa limitações das políticas públicas de apoio ao discente. Nesse sentido, é evidente a necessidade da reestruturação do FIES, de modo a expandir sua função e abrangência: conceder bolsas de estudo para alunos de baixa renda e ofertar empréstimos sob custeio através de empregos de meia jornada. Assim, será possível desafiar a alta evasão nas universidades.