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Enviada em: 27/08/2019

O educador e filósofo Paulo Freire afirmava que '' se a educação sozinha não transforma o mundo, sem ela tampouco a sociedade muda.'' Nesse viés, observa-se que a educação tem papel fundamental no desenvolvimento  de uma nação. O Brasil, entretanto, tem enfrentado um grande desafio no que diz respeito a educação - a evasão universitária- causada, sobretudo, pela defasagem escolar no ensino básico, o que compromete a trajetória acadêmica, bem como por problemas emocionais que dificultam a permanência no ambiente universitário.  É importante pontuar, de início, que uma das principais causas da evasão universitária no país é o histórico de  defasagem da educação básica. Isso decorre do fato de que, segundo dados do Censo da Educação, 2/3 dos estudantes de universidades federais são oriundos de escolas públicas que, no Brasil, são caracterizadas pelos índices de precariedade do ensino. Assim, ao ingressar em um curso superior em que grande parte das disciplinas lecionadas requerem uma base sólida de conteúdos da educação básica, o estudante sente-se incapaz e não apto a dar continuidade ao curso, o que culmina na evasão universitária e contribui para o aumento do problema no país.  Ademais, outro fator que influencia na desistência de cursos superiores no Brasil são as questões emocionais advindas do período de adaptação ao curso e ao ambiente  universitário. Isso se deve ao fato de muitos ingressantes nas universidades não terem plena certeza de sua escolha profissional, o que resulta em uma frustração em relação ao curso e consequente desmotivação a dar prosseguimento à graduação. Soma-se a isso as pressões a que são submetidos os estudantes universitários, decorrentes, sobretudo, da extenuante carga horária e exigências acadêmicas da grade curricular. Desse modo, a união desses fatores tem contribuído para a evasão universitária que, em 2017, alcançou 24%, segundo dados do Instituto Lobo.  Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de medidas que visem diminuir a evasão universitária no Brasil. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, por meio de maior destinação de verbas, invista no melhoramento da educação básica, capacitando professores e adquirindo materiais didáticos de boa qualidade, a fim de que futuros universitários tenham uma base da educação básica sólida. Além disso, é necessário que as universidades contratem psicólogos com a finalidade de oferecer suporte psicológico a estudantes que necessitem de ajuda e orientação para dar continuidade ao curso. Somente desse modo será possível que a educação seja transformadora da sociedade.