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Enviada em: 06/10/2019

"No meio do caminho tinha uma pedra." Através desse trecho do poema de Drummond, é viável fazer uma correlação com a evasão universitária no Brasil, pois essa representa um entrave para evolução do corpo social. Outrossim, o desencadeamento de problemas psicológicos e as dificuldades financeiras prejudicam a permanência do jovem na academia. Tais questões constituem importante desafio para evolução do ensino superior nacional.       Por um lado, em 2018, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) constatou em estudo que 8 em cada 10 alunos sentem ansiedade e desesperança. E, ainda, 4% desses têm pensamentos suicidas. Assim, um dos fatores desencadeantes do desenvolvimento de problemas psicológicos entre acadêmicos é a mudança de cenário do ensino médio para o superior. Conforme apontam dados do Portal Educacional em apenas 10% das escolas existe um trabalho específico de orientação vocacional. Contudo, o ensino superior requer maior autonomia e responsabilidade do jovem ingressante que não recebeu preparo adequado na educação básica para atender à nova demanda.       Por outro lado, as condições financeiras exercem fator determinante na vida dos estudantes universitários.  Segundo dados do Ministério da Educação, em 2017, apenas 10% dos alunos optaram por fazer graduação em outros estados, visto que a falta de bolsas de permanência e de vagas em residências universitárias restringem essa opção aos estudantes com melhores condições econômicas. Contudo, dentre aqueles que mudam de estado 21% fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no ano seguinte com o intuito de retornar ao estado de origem. Evidencia-se, portanto, que a ampliação de investimentos no ensino superior é fundamental para diminuir o índice de evasão.       A pedra no meio do caminho contribui para o crescimento da evasão universitária. Nesse sentido, é imprescindível que ocorram investimentos voltados à assistência estudantil. Logo, o Ministério da Educação deve disponibilizar recursos para as universidades que por meio das pró-reitorias aumentarão a disponibilidade de bolsas de permanência e de vagas nas residências universitárias. Além disso, deve haver oferta de atendimento psicológico nas instituições a fim de acolher e preparar o jovem para os desafios vivenciados na graduação evitando o desenvolvimento de problemas psicológicos.