Os primeiros que são os últimos "No meio do caminho tinha uma pedra". Este é um verso do célebre poeta modernista Carlos Drummond de Andrade que acaba por retratar, implicitamente, os desafios para a educação indígena no país, na qual a "pedra" representa os desafios ainda persistentes no cenário atual que atrapalham o "caminho": desenvolvimento da educação indígena. Em tempos mais antigos, foi expressivo o domínio dos europeus para com os primeiros habitantes do país, pautado no profundo desrespeito e humilhação que, sorrateiramente, ainda persiste sobre esta população. Estudantes indígenas de maneira geral enfrentam diariamente o desrespeito à própria cultura e dificuldades de se encaixar nos moldes de uma sociedade "igualitária" mas que na verdade fecha os olhos para "enxergar" essa minoria. Este problema também é evidenciado em alunos indígenas do ensino superior, uma vez que 63% desses alunos obtiveram dificuldades em garantir vagas gratuitas ou participar de programas como o FIES e o ProUni, segundo o censo de 2016. Ou seja, é perceptível as dificuldades que ainda persistem sobre essa população. Assim, considerando os desafios atuais para a educação indígena no Brasil, é imprescindível considerar o papel do Ministério da Educação (MEC) quanto à implantação de políticas educativas, juntamente com Estados e Municípios na garantia desses direitos. Garantir também, o respeito cultural desses povos e a formação etnoeducacional de modo à inverter a lógica do poeta modernista, já que, assim, "no meio do caminho não tinha uma pedra".