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Enviada em: 17/02/2019

Embora a quantidade de instituições de ensino especifico para indígenas no Brasil tenha aumentado 67% de 1999 à 2005, segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), esse número ainda é insuficiente para atender a todas as comunidades existentes no país. Além disso, grande parte das escolas não possui estrutura didática para a formar esses indivíduos de acordo com sua cultura, crença e costumes. Desse modo, a população indígena é prejudicada com a falta de cumprimento de leis nacionais que garantem educação específica e diferenciada.   Nesse contexto, a falta de investimentos financeiros do governo é um dos motivos para a desvalorização da educação indígena, já que os maiores empecilhos são a falta de material didático especifico e inclusivo e a formação de professores qualificados. Isto é, o conteúdo dos livros disponíveis para o ensino muitas vezes não condizem com os costumes, ou até mesmo linguagem, de determinado grupo, visto que há mais de 300 etnias e 274 línguas diferentes no país, e também não há preocupação em capacitar docentes para educar de acordo com a cultura de uma comunidade especifica. Como consequência disso, o conhecimento indígena é generalizado, tornando-se assim excludente por não compreender dada realidade, tal fato faz com que aumente de maneira exorbitante a desigualdade já muito presente na vida de luta dos povos aborígenes.      Ainda nesse viés, a falta de apoio público para o ingresso de estudantes indígenas em universidades ainda é mínimo, até mesmo o sistema de cotas se mostra insuficiente quando comparado ao número de pessoas autodeclaradas que vivem em território nacional. Dessa forma, a falta de atenção à educação de populações nativas no Brasil é evidente na baixa parcela de estudantes indígenas que se matriculam em universidades porquanto há uma enorme carência no ensino básico, fundamental e, principalmente, médio, assim como de projetos que incentivem a formação de profissionais para atuarem nesse sentido ou da formação de próprios habitantes de uma aldeia para ensinar e até elaborar um material didático de acordo com a cultura de seu povo. Diante disso, medidas devem ser tomadas para que haja a diminuição da exclusão escolar, evasão e baixo índice de desempenho.     Torna-se evidente, portanto que não obstante haja leis que garantem educação diferenciada e de qualidade para a população indígena, de nada adianta se não é cumprida efetivamente. Nesse sentido, com o fito de minimizar a desigualdade educacional de povos autóctones é indispensável que o Estado invista financeiramente na capacitação de universitários que almejam atuar em aldeias, realizando trabalho de campo semestrais para compreender, com apoio dos líderes de cada etnia, a realidade desses povos, para que assim mais indígenas ingressem em universidades.