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Enviada em: 12/03/2019

No romance "O Guarani", de José de Alencar, o índio é visto como um líder astuto e corajoso. Paralelamente a isso, no Brasil hodierno, a realidade é bem diferente, pois, com o passar dos dias, torna-se cada vez mais difícil assegurar a população indígena no tocante à educação.Logo, em detrimento da consonância governamental inobservante à constituição, efetiva-se como uma das maiores incógnitas do território brasileiro.        É incontestável que os aspectos governamentais estejam entre as principais causas do acesso à educação por parte das tribos indígenas, que se fazem cada vez mais presentes em solos brasileiros. De acordo com o artigo 205 da Constituição de 1988, a educação é um direito a todos os indivíduos, sem restrição de classes e etnias. Todavia, de acordo com os últimos dados relacionados à problemática, a ação encontra-se distante da efetivação, haja vista que nota-se a mínima expressividade do Estado, no que se refere ao acesso qualitativo de um sistema educacional aplicado à cultura indígena, que localiza-se nas cinco regiões brasileiras. No ano de 2017, foi noticiado o caso da estudante indígena Valéria Truká, que entrou na Universidade do Estado da Bahia(UNEB), pelo sistema de cotas, após quatro longos anos buscando a educação, quase que tida, para ela, como uma utopia.        Da mesma forma, evidencia-se o descaso com os índios, por parte de pessoas pertencentes às outras etnias, como impulsionador do problema. Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais é característica da modernidade líquida. No entanto, de maneira análoga ao pensamento do sociólogo polonês, a atuação respeitosa da sociedade encontra-se cada vez mais distante no país, uma vez que, de norte a sul, o preconceito ainda se faz presente, sobretudo no tocante ao estereótipo relacionado à cor. Diante disso, fica claro o desrespeito com a cultura divergente, negando, assim, a vasta miscigenação oriunda de relações interculturais.        O combate à liquidez, citado anteriormente, a afim de conter a dificuldade instaurada à educação e ao respeito às etnias, sobretudo a indígena, deve tornar-se efetivo, posto que os conflitos estatais e sociais garantem a resistência do problema. Sendo assim, o Ministério da Cultura deve reformular e implementar políticas públicas no âmbito cultural, tendo em mente a cultura como um direito a ser assegurado, promovendo, por conseguinte, um acesso vasto à educação por parte dos indígenas e, também, um respeito mútuo à miscigenação presente. Aliado a isso, a mídia deve dedicar-se a realizar campanhas multiculturais, mostrando a importância da educação constante a todas as etnias, a fim de combater a constância da problemática.