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Enviada em: 24/06/2019

As minorias têm dificuldades no acesso à educação. Nesse sentido, a Lei de Cotas para Universidades e Institutos Federais no Brasil surgiu com a ideia de inclusão. Não obstante, essa legislação não tem abrangência fática que proporcione isonomia aos indígenas. Além disso, o preconceito e a ineficiência em lidar com questões culturais do índio fazem com que este brasileiro esteja à margem da educação pátria. Nesse cenário, mudanças legais e sociais são necessárias para dirimir essa problemática.       Primeiramente, deve-se destacar a identidade indígena, que é símbolo de resistência no Brasil. No período colonial, jesuítas impuseram o catolicismo a diversos povos, o que modificou culturas abruptamente. Outrossim, doenças trazidas pelos portugueses dizimaram a maior parcela destes primeiros brasileiros e a escravidão destes principiou o preconceito para com estes. Nesse contexto, preservar a cultura desses cidadãos, que representam 0,47% da população do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um desafio educacional.       Em segundo lugar, a Lei de Cotas disponibiliza vagas em cursos para "pretos, pardos e indígenas". Porém, colocar estes numa mesma cota evidencia que não houve preocupação com o fato de os indígenas terem menos oportunidades que os demais grupos raciais, haja vista as barreiras linguísticas e o preconceito. Tal disparidade desrespeita o princípio constitucional da isonomia, e confirma a frase da música "Índios", do grupo Legião Urbana: "nos deram espelhos, e vimos um mundo doente".       Logo, o Estado deve ampliar o número de Institutos de Educação Indígena, como o Insikiran no Estado de Roraima, investir na formação de professores indígenas e propagar o respeito às culturas destes povos. Para tanto, deve aumentar e instituir vagas em cursos de Licenciatura que tenham línguas indígenas como componente curricular obrigatório e midiatizar conhecimento cultural, com propagandas informativas sobre o grupo, com o fim de qualificá-los e integrá-los socialmente. Assim, haverá mais respeito e igualdade para corrigir uma marginalização histórica.