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Enviada em: 04/07/2019

De Peri a Macunaíma, muitos foram os registros literários da cultura autóctone brasileira, com o fim evidente de registrá-la no imaginário coletivo, seja por romantização, seja por criticidade. Todavia, para além da arte, observa-se presente os desafios para a educação da população indígena no Brasil. Por conseguinte, a persistência da problemática reverbera em prejuízos sociais e, decerto, demanda intervenções. Nesse sentido, para tal análise, nota-se a má formação educacional no país, bem como o construto do esteriótipo da figura indígena.   Em primeiro lugar, tem-se a precariedade  da educação no Brasil. Diante disso, ao contrário do que versa o lema de igualdade presente na constituição cidadã de 1988, percebe-se a desvalorização da educação da população indígena, marcada pela baixa qualidade e crescente marginalização. Desse modo, tal cenário decorre, principalmente, do conceito de "Capital humano", de Pierre Bordieu, na qual o sociólogo afirma que a educação hegemônica moderna tem como fito aprimorar as habilidades dos indivíduos , tornando-os produtivos para gerar lucro, mas restringindo-os do pensamento crítico e emancipatório. Com efeito, o brasileiro torna-se agressor de sua própria nacionalidade, pautada na contribuição do índio, uma vez que,o impede de usufruir dos mesmos direitos sociais.   Outrossim, evidencia-se o construto estereotipado da figura indígena. Nesse viés, constata-se presente no imaginário coletivo brasileiro o pensamento preconceituoso semelhante ao dos portugueses no século XIV. Dessa feita, em decorrência de tal preconcepção, observa-se a negligência governamental no que tange à falta de estruturação adequada destinada a aulas aos indígenas, bem como à ausência de docentes interessados em trabalhar profissionalmente nas tribos. Nesse ínterim, as consequências sociais deste panorama fazem-se debatidas mediante o levantamento realizado pelo Censo, em 2016, o qual revela que apenas 6,25% das matrículas das universidades públicas no Brasil são ocupadas por indígenas.   Dessarte, reafirmam-se os prejuízos ao coletivo oriundos dos desafios para a educação da população de índios no Brasil. Portanto, as Secretarias Municipais devem promover projetos pedagógicos nas escolas, por meio de "workshops", os quais sociólogos discorram acerca da contribuição histórico-cultural indígena, a fim de tornar a educação crítica e emancipatória. Ademais, o Governo Federal deve realizar a contratação de docentes qualificados em lecionar nas tribos, mediante a abertura de concursos públicos, os quais, por exemplo, incluam a preparação ao vestibular, com intuito de assegurar uma educação satisfatória aos índios e impulsionar  uma maior equidade social. Somente assim, reduzir-se-ão os desafios para a educação da população indígena no Brasil. asil.