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Enviada em: 29/07/2019

Desde a colonização do Brasil, tentou-se uniformizar a educação indígena a partir de um currículo imposto, que visava tirar o nativo da condição de nativo, fazendo-o abdicar da sua língua, crenças e padrões culturais em uma escola que não fazia circular saberes, mas assimilá-los. Diante disso, promulgou-se em 1988, uma Constituição cidadã que reconheceu os direitos educacionais desses povos de ser índio, viver e permanecer como tal. Nesse sentido, percebe-se um cenário com muito revés na formação de docentes, além do descaso governamental mediante a infraestrutura e material didático na educação da população indígena.        Durante muito tempo, a educação escolar indígena brasileira tinha esse modelo de professor não índio ensinando na aldeia. Professores que desconheciam costumes, tradições, língua etc. Com a Constituição de 1988, se reconheceu o direito dos nativos de usar sua língua materna na escola. Por conseguinte, o Ministério da Educação (MEC) estimulou a formação de professores autóctones pelo PROLIND, no entanto, segundo estatísticas do próprio Ministério da Educação (MEC), de 2017 para 2018, esses recursos foram cortados em 50%, trazendo à tona, uma restrição na formação de novos docentes, especializados nos cuidados da educação indígena no Brasil, dificultando assim, uma avanço na educação escolar dessa população.       Outrossim, a infraestrutura é apontada como um fator sério que necessita de investimento. Segundo o Censo Escolar (2017), 30,93% das escolas indígenas não dispõem de um espaço físico construído pelo poder público para funcionar, com aulas ocorrendo em locais improvisados, como casas comunitárias ou emprestadas de professoras(es) e moradores da região. Ademais, segundo o mesmo Censo Escolar, 33% essas escolas não possuem material didático específico para a diversidade sociocultural, apontando uma vulnerabilidade na troca de conhecimentos e tradições entre os mais velhos e os mais jovens, que se faz importantíssimo dentro dessas comunidades.        Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação, por meio de editais federais ou convênios com secretarias de educação,  facilitar o acesso as universidades e investir nas formações específicas de professores indígenas para a educação da sua população. Além disso, a construção e reforma de escolas se faz necessária, para uma melhor qualidade no aprendizado, sendo relevante ainda, a produção de materiais didáticos ser conduzida pelos próprios indígenas, considerando o idioma local e as especificidades de cada cultura. Só assim, a massa indígena conseguirá transpor os desafios da educação, encaminhando seu povo na construção do seu paradigma próprio.