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Enviada em: 05/11/2017

Foi durante o Segundo Reinado que o então imperador do país, D. Pedro II, criou inúmeras instituições de ensino, estabelecendo, inclusive, uma escola voltada à educação de deficientes auditivos no Brasil. Apesar disso, hoje, a formação educacional de surdos continua marginalizada na sociedade. Com efeito, não é razoável que um país almejando o desenvolvimento permita a persistência deste cenário.       A princípio, a baixa qualificação dos docentes em relação à comunicação com estudantes surdos colabora para essa problemática. Nesse sentido, embora a Língua Brasileira de Sinais tenha sido, em 2002, declarada a segunda língua oficial do país, a maioria dos professores -- e brasileiros em geral -- possui dificuldade na modalidade. Este fato acaba por marginalizar essa camada da população no âmbito educacional, destinando-a à dificuldades na vida profissional e na convivência social.       Outrossim, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (INEP), o número de matrículas de estudantes surdos nas escolas despencou nos últimos cinco anos. Esse dado mostra a desilusão de muitas famílias com relação à educação inclusiva do país. A esse respeito, apesar de obrigado por lei a capacitar os docentes, o Estado brasileiro trata a questão como um problema secundário. Todavia, não é aceitável que o governo deixe de garantir que a escola cumpra sua função social estabelecida em lei.       Impende, pois, que medidas sejam adotadas para diminuir os desafios presentes no ensino de deficientes auditivos no país. Dessa forma, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, deve incluir, como disciplina obrigatória, o ensino de Libras no Plano Nacional de Educação. Isso faria com que os sujeitos aprendessem o idioma desde a educação infantil, juntamente com a língua portuguesa, o que quebraria as barreiras comunicativas existentes hoje. Além disso, cabe ao Congresso Nacional aprovar lei que obrigue as escolas de possuírem, em seus quadros, docentes e funcionários fluentes em Libras. Estes fariam as traduções necessárias para que os surdos não sejam prejudicados em sala de aula.