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Enviada em: 05/11/2017

Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações interpessoais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivenciada no século XXI. Dessa forma, a preocupação com a formação educacional de surdos no país, em razão do direcionamento econômico da formação escolar e da fragilidade do ensino de libras no Brasil, reflete, indubitavelmente, essa realidade.       Inicialmente, é preciso lembrar que, desde o período de industrialização nacional, a educação brasileira encontra-se voltada para o desenvolvimento econômico do país. Nesse sentido, Karl Marx, analisando as relações sociais, afirmou que o mundo dos seres humanos fragiliza-se proporcionalmente à medida que se valoriza o mundo das coisas. Assim sendo, o desafio é transformar a escola num espaço de educação cidadã, reduzindo as diferenças sociais, e garantindo ao deficiente auditivo plenas possibilidades de integração social.       Além disso, a pouca adesão ao aprendizado de libras, por parte da população, promove distanciamento nas relações sociais o que, consequentemente, torna a sociabilização escolar do surdo mais difícil. Nessa perspectiva, Gandhi, ao afirmar que a maior arma para transformar o mundo é a educação, traz à tona a importância do aprendizado nas transformações sociais. Com efeito, promover o ensino de libras na escola para a população em geral, certamente, tornará o ambiente escolar mais inclusivo e democrático.       O desafio da formação de surdos no Brasil, portanto, requer transformações dentro da própria escola. Assim, cabe ao governo federal, por meio de lei específica, a criação de centros de educação inclusiva que, através de cursos e palestras, capacitem os professores a usarem tecnologias assistivas de educação especial. Outrossim, compete aos governos municipais a inserção da disciplina de libras no ensino fundamental permitindo o acesso a esse instrumento de interação linguística. Só assim os desafios na formação de surdos será superada.