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Enviada em: 05/11/2017

Formação de surdos: de Aristóteles a Freire      Segundo Aristóteles, “é preciso tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade”. Sob essa perspectiva, observa-se, contudo, que no que diz respeito à educação – direito mais que assegurado pela constituição de 1988 -, o princípio de isomeria do filósofo grego não é aplicado como deveria. Escolas e universidades, instituições cuja finalidade é a disseminação do conhecimento, são deficitárias no processo de educar aqueles que são surdos, seja por entraves educacionais, seja pelo estigma social envolvido.    É preciso considerar, antes de tudo, o papel da comunicação. Sem sobra de dúvidas, ela tem papel fundamental no processo pedagógico, pois, no atual modelo educacional, é por meio do diálogo entre professor e aluno que se dá a transmissão de conhecimento. Todavia, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) não é difundida a ponto da ampla maioria dos docentes dominá-la. Sendo assim, cabe à família do aluno surdo, por vezes, colocá-lo em escolas especiais. Diante disso, é criado uma espécie de “segregação” dos deficientes auditivos, que são, desde pequenos, confinados da “sociedade”, ou seja, daqueles que podem escutar normalmente.    Além disso, cabe ressaltar como o preconceito e a marginalização a esse grupo atuam nesse problema educacional. Embora representem uma parcela expressiva da população brasileira, o Estado tomou atitude perante esse grupo somente em 2002. Isso se dá, entre outros motivos, pela sub-representação dos deficientes auditivos na formulação de políticas públicas. Desse modo, a maneira mais fácil e, menos custosa ao poder público é torná-los invisíveis, não criando maneiras de difundir ferramentas tão necessária à formação intelectual deles.   Torna evidente, portanto, que a marginalização junto ao despreparo dos profissionais da área são empecilhos à formação educacional dos surdos. A fim de alterar esse quadro, cabe ao Estado, na figura do Ministério da Educação, torna obrigatório o ensino de libras nas escolas, desde o nível fundamental, tal como ocorre com a língua inglesa. No ensino superior, sobretudo nos cursos de licenciatura, deve ter uma grade ainda mais complexa, com o intuito de auxiliar o professor com a didática em língua de sinais. Outrossim, é imprescindível que as emissoras, em conjunto a ONG’s, veiculem campanhas que busquem coibir o preconceito aos surdos, com a finalidade de torna a sala de aula um ligar mais seguro e respeitoso a esse grupo, pois, como já dizia Paulo Freire, educar é libertar.