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Enviada em: 13/11/2017

O sistema educacional brasileiro não é preparado para receber estudantes com deficiência auditiva. Embora a preocupação com a formação não seja hodierna - há desde o século XIX, com Dom Pedro II criando a primeira escola especial- o despreparo e as falhas estruturais na educação dessa população acarretam na persistência de desafios no ensino. Sendo esses: a socialização dos alunos e ausência de profissionais capacitados.     Insta salientar a ausência da possibilidade de socialização da criança surda no arranjo educacional corrente. existem poucas opções de ensino básico para portadores de deficiência auditiva, há a opção de matrícula em escola especial- presente somente em alguns municípios- ou em uma instituição comum com a presença de um intérprete. Em ambos os casos a sociabilidade será defasada, no primeiro caso o estudante será privado da convivência com pessoas diferentes dele contribuindo para uma alienação. Por outro lado, caso escolha estudar em uma escola normal com intérprete sua comunicação estará restrita ao professor. Segundo Paulo Freire, a socialização e um processo muito importante na formação de um cidadão, pois, é com essa que o aluno aprenderá a viver em sociedade e cumprirá seu papel social.  Ainda, existe uma falta de professores com conhecimentos suficientes para lidar com estudantes surdos. Na estrutura das licenciaturas a formação em libras abarca um conhecimento mínimo que é insuficiente para uma comunicação direta com o aluno. Quando há um canal direto entre o aluno é o professor o conteúdo é melhor absorvido, pois, não há espaço para lacunas de tradução e erros de interpretação comuns no processo de tradução.  Portanto, é evidente o despreparo para acolher os alunos surdos no ensino básico. A curto prazo o ministério da educação deve emitir norma obrigando contrato de intérprete caso haja demanda. E, a médio e longo prazo, o ensino de libras deve ser obrigatório para promover a completa integração social do surdo.