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Enviada em: 06/11/2017

Em seus estudos, Weber defende que os processos e fenômenos sociais são dinâmicos, e que por isso necessitam de interpretações para que se entenda seus sentidos. Sob essa ótica, os desafios enfrentados por deficientes auditivos no processo educacional exige uma discussão mais ampla, visto que é paradoxal que mesmo em uma sociedade civilizada e globalizada ainda aconteça práticas que provocam o retrocesso.         Historicamente, durante a Segunda Guerra Mundial, houve a disseminação de ódio e intolerância, com o regime Nazista, contra minorias sociais como, por exemplo, deficientes e homossexuais. De forma análoga a esse cenário, as práticas de discriminação e preconceito ainda se fazem presente nos dias hodiernos, haja vista que tornou-se comum, por parte da sociedade, associar a imagem do deficiente à ideia errônea de incapaz.         Outrossim, a situação dos deficientes viu-se agravada com o o processo de urbanização ocorrido no século XX, uma vez que as cidades não possuem infraestrutura adequada para atender tal público, o que contribuiu para que esses ficassem à margem da sociedade. Dessa maneira, tal episódio se mostra prejudicial, posto que dificulta que os portadores de necessidades especiais tenham acesso a direitos básicos como, por exemplo, educação. Fato que se comprova pela redução no número de matrículas se surdos em escolas de educação básica.         No que tange à questão jurídica, segundo a Carta Magna de 1988 e a Declaração Universal do Direitos Humanos, todos os cidadãos têm direito ao tratamento igualitário. Sendo assim, o Poder Público tem por obrigação promover condições favoráveis à aprendizagem de deficientes auditivos nas escolas. Entretanto, é indubitável observar que o Estado busca oferecer a integração, mas não promove a inclusão de deficientes auditivos nas escolas e no mercado de trabalho, haja vista que o uso da Libras como forma de comunicação ainda é pouco incentivada nesses ambientes.         Portanto, medidas são necessárias para combater o problema. Segundo Helen Keller: " O resultado mais sublime da educação é a tolerância." Dessa forma, o Ministério da Educação, além de promover campanhas para a sociedade a fim de desconstruir o preconceito ainda presente em tal questão, deve fornecer, às escolas, um número maior de intérpretes de Libras, com o fito de facilitar o processo de ensino-aprendizagem de surdos. Por fim, o Governo Federal poderia destinar uma maior parcela dos impostos arrecadados para a realização de melhorias nas grandes cidades, com o intuito de torná-las mais inclusivas. Talvez assim, o problema da formação educacional de surdos possa ser minimizada no Brasil.