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Enviada em: 06/11/2017

No filme francês “Intocáveis” é relatada a história de companheirismo e amizade entre um deficiente, branco e rico e um negro, pobre e desprovido de disfunções. A maneira como Driss, o negro, relaciona-se com seu amigo explicita a relação de austeridade e indiferença ao diferente. Contudo, na sociedade moderna, os desafios enfrentados quanto a formação educacional e a socialização de surdos contrapõem a situação mostrada na longa metragem francesa e o problema habitua-se no dias atuais. Isso ocorre pela ausência estrutural nas escolas, mercado de trabalho e na sociedade.       Comunicar-se, interagir e socializar são termos de mesmo patamar, se referentes a usabilidade no cotidiano de um deficiente auditivo. Haja vista, a esperança é a mudança comportamental social e o acolhimento indiferente de pessoas comuns. Entretanto, a realidade vivenciada revela o regresso a tempos arcaicos, onde a presença de alguma deformação funcional era sinônimo de “desprovidos de graça divina”, com isso, religiosos são, em casos, agentes ativos no processo de isenção desses indivíduos. Em continuidade, as instituições educacionais, pela má estrutura receptiva de alunos e profissionais na compreensão da linguagem de sinais, distancia-os e corrobora à diminuição numérica no ingresso desses na escola.         É como dito por Zygmunt Bauman que é perceptível o individualismo na pós-modernidade. Desse modo, o pensamento egocêntrico implica ações presentes, decorridas dos fatos supracitados, como a desconstrução de uma sociedade igualitária, redução no número de indivíduos sem formação e diminuição dos obstáculos na contratação profissional. Além disso, posicionamentos como esses conduzem ou estimulam ao desânimo, desenvolvimento de transtornos ou pensamentos suicidas oriundos de atitudes depreciativas sociais.         Urge, portanto, que medidas sejam tomadas para resolver o impasse. Tão logo, cabe ao Ministério da Educação e ao Executivo, em parceria com todas as escolas, o cumprimento da Legislação, no ato de acoplar os surdos no processo educacional, a fim de mitigar o índice de transtornados desinformados e exclusos no meio em que vive. Soma-se a eles a tarefa de introduzir nos ensinos fundamental, médio e superior, o estudo de libras promovendo a interação de uns com os outros. Ademais, é preciso que as instituições religiosas, junto das famílias e meios midiáticos, pregar e disseminar aos fiéis e filhos a prática efetiva de empatia, aceitação e solidariedade com os envoltos. Por fim, ratifica-se com o filósofo Immanuel Kant que diz que “o ser humano é o que a educação faz dele” aquele que compreende que sem educação o desejo almejado distancia-se.