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Enviada em: 06/11/2017

Em HQs da turma da Mônica, o cartunista Maurício de Souza inclui personagens dotados de deficiência física e explicita a harmonia social em que estes vivem. No Brasil, essa realidade encontra-se em construção. Porém, ainda existem desafios de inclusão social de esfera familiar e social, que comprometem, dentre tantos fatores, o desenvolvimento educacional dos portadores de deficiência física. Dentre estes, os surdos.       É importante explicitar que o estereótipo de fragilidade física para com os deficientes ainda persiste na sociedade. O sociólogo Zygmunt Bauman afirma que um dos grandes problemas sociais é o individualismo. Nesse sentido, tem-se que muitas famílias, ao desconsiderarem os impactos futuros sobre a vida do deficiente físico, acabam por limitá-lo à casa, utilizando como justificativa a proteção. Por causa disso, tanto o desenvolvimento social, quanto o educacional, são prejudicados, e dessa forma o contato mútuo entre sociedade e deficiente físico é evitado, fazendo com que ambos, de certa forma, venham a ter um ao outro como estranhos.       Sob esse viés, e destacando dentre todas as deficiência a auditiva, tem-se que a falta de comunicação vem a ser um fator de exclusão social. O educador Paulo Freire afirmava que a educação não se trata apenas de passar conhecimento, mas sim de ajudar o educando a produzir o seu próprio. Entretanto, isso vem a ser um desafio quando a linguagem utilizada entre professor e aluno se diferem. Isso se deve ao fato da falta de acesso ao ensino de libras, tanto de professores e alunos, quanto da população em geral. Devido a isso, além da produção de conhecimento ser prejudicada, a comunicação entre alunos torna-se deficiente; E, por causa do isolamento no ambiente escolar, o deficiente auditivo acaba desmotivado e a família não vê razão para incentivá-lo a ir à escola.       Com isso, tem-se que a falta de incentivo familiar e os desafios de inclusão social dificultam o processo de formação educacional dos deficientes auditivos. Para haver um maior incentivo às famílias a fomentarem o ingresso de seus familiares surdos no ambiente escolar, o Ministério da Educação, junto com as escolas, deve aumentar a oferta de cursos do ensino de libras e instruir as famílias sobre os benefícios do acesso à educação de seus familiares surdos. Tal proposta também deve ser aplicada a professores e alunos da rede de ensino. Ademais, o governo pode contribuir com a liberação de auxílios transporte para as famílias contempladas.