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Enviada em: 06/11/2017

Como dito por Freud, "o novo sempre despertou perplexidade e resistência". Sob essa ótica, dá-se o entendimento do ensino aos deficientes auditivos como um desafio às escolas e aos educadores, uma vez que tornam-se perceptíveis a descriminação e negligência a estes no cenário educacional nacional.        A partir disso, é válido salientar que a construção histórica que permeia o campo dos deficientes se pauta em um estranhamento nascido na antiguidade e mantido por meios de propagação social, como a religião, na qual nota-se a presença de passagens como as do Levítico que, durante muito tempo, influenciaram formas de pensamento por estarem presentes no repertório sócio-cultural daquela época, causando uma diferenciação entre os direitos dos deficientes e dos demais cidadãos.        Desse modo, torna-se perceptível a manutenção e reflexos de tais ideias, uma vez que há o distanciamento do acesso à educação dado aos deficientes auditivos e aos demais alunos já que, aos primeiros, há a delimitação de obstáculos e a falta de investimentos que, somados à falta de conscientização dos demais estudantes e educadores, tornam-se os responsáveis pela limitação do conhecimento disponível aos surdos.         Sendo assim, é válido que ocorra o investimento, por parte do Estado, na expansão da oferta de cursos destinados ao ensino de Libras e da conscientização dos cidadãos para que estes, como para o sociólogo Durkheim, possam entender a escola como instrumento de formação e transformação social. Além disso, é necessário que haja a fiscalização do cumprimento das leis existentes, para que haja a garantia do ensino de qualidade aos surdos, partindo do pressuposto que, como dito por Pierre Bourdieu, aquilo que foi criado para ser usado como ferramenta da democracia direta não deve vir a ser usado como mecanismo simbólico de opressão.