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Enviada em: 06/11/2017

O documentário “Surdo Músico” revela a história de Beethoven, um pianista que, mesmo com dificuldades auditivas, se tornou um grande artista. No entanto, os surdos brasileiros não possuem oportunidades de ascender como as do músico, dados os desafios na formação educacional do aspecto político ao cultural. Dessa forma, atitudes devem ser tomadas para atenuar tal desigualdade social e alcançar a acessibilidade educacional.         Em primeira análise, parafraseando a “Teoria da Justiça” de John Rawls, a marginalização social de certo grupo surge da desigualdade de oportunidades de desenvolvimento. Nesse sentido, pode-se afirmar que a persistência das mazelas na formação dos surdos é intrínseca ao desinteresse político em garantir acessibilidade. Isso porque a falta de tecnologias assistivas e de instrutores em livras favorecem a exclusão dos deficientes auditivos nas instituições de ensino, fenômeno que dificulta a progressão da carreira, por exemplo. Portanto, ações políticas inclusivas são primordiais para atenuar a segregação no desenvolvimento do grupo, já que são responsáveis por gerir as estruturas de acessibilidade.        Outrossim, conforme Aristóteles, o erro advém da ignorância humana. Assim, é possível dizer que a dificuldade na educação dos surdos parte da falta de conhecimento popular sobre o assunto, que gera um tabu sobre a sua integração na vida social. Além disso, apesar de serem parte significativa da população do Brasil, eles não possuem visibilidade na sociedade, dificultado a projeção de aspectos inclusivos. Então, é ideal que os deficientes auditivos sejam visíveis para a população, de forma a combater a cultura ignorante apontada pelo discípulo de Platão.         Logo, os desafios do desenvolvimento educacional dos surdos advêm de problemas políticos e culturais a serem sanados. Para que a igualdade seja alcançada, o MEC deve possibilitar a integração do grupo nos projetos escolares, a partir da disponibilização gratuita de tradutores de Libras, a fim de garantir a autonomia no seu desenvolvimento. Ademais, é incumbência das ONGs possibilitar o acesso desses à leitura, por meio da distribuição de livros em Braille, com o fito de proporcionar iguais oportunidades de buscar o conhecimento. Por último, é essencial que os canais de TV aproximem o povo da realidade desses deficientes, com a sua inclusão em novelas e propagandas, com o intuito de dar visibilidade e despertar o interesse pela inclusão digital.