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Enviada em: 06/11/2017

A igualdade jurídica e a democratização do acesso são garantias da Constituição de 1988. No Entanto, hoje, a formação educacional de surdo no Brasil apresenta uma realidade diferente que fica clara nos dados de pesquisas nacionais que alertam para um decréscimo de quase 10 mil matrículas desse grupo no ensino básico  nos últimos quatro anos. Tal mazela se dá devido ao desinteresse do Estado nessa minoria e à falta de empatia social.         Em primeiro plano, ao contrário do que pregava o filósofo Clement Attlee de que a "democracia é a vontade da maioria respeitando a da minoria", o Governo brasileiro falha na inclusão de grupos marginalizados. Esse fato se dá pela ausência de projetos de inserção desde a juventude dos surdos na educação, ou seja, o despreparo das instituições públicas para atendê-los. Além disso, os governantes, em maioria, prezam por obras de grande visibilidade e alcance populacional objetivando a obtenção de votos, em detrimento da resolução de problemas sociais antigos que atinjam um menor percentual da população.       Além da questão governamental, a população brasileira possui uma falta de empatia que, segundo o sociólogo Zygmut Bauman em sua "Modernidade Líquida", é proveniente da liquefação do consumismo levada para as relações interpessoais. Dessa forma, a volubilidade e o desapego destinados pelo homem à matéria são generalizados em seu cotidiano, valorizando seus interesses pessoais e exclusivos em detrimento dos problemas sociais que o cercam. Diante disso, a busca dos surdos por educação de qualidade tem pouca propagação e, consequentemente, não é levada à discussão governamental na proporção que merece diante dos problemas que gera na vida dessa população, como a dependência e o subemprego.       Em suma, medidas são necessárias para reverter o problema. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, em conjuntura com representantes do ensino público, psicólogos e magistrados em Libras, definir o currículo para preparar os jovens surdos dentro do convívio com os estudantes regulares, objetivando promover não só a inclusão social, mas o respeitos às diferenças. Além disso, é dever da mídia, por meio de séries e novelas, incluírem personagens representativos dessa minoria, incentivando a identificação e o interesse de conquistar um lugar dentro da sociedade.