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Enviada em: 06/11/2017

A Constituição Federal assegura a todo cidadão brasileiro o direito à educação, em especial para a pessoa com deficiência. No que se refere aos deficientes auditivos, em 2002 foi sancionada a Lei Nº 10.436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como segunda língua oficial do país, o que contribui para a formação educacional dessas pessoas. No entanto, apesar de todo avanço, os surdos ainda enfrentam desafios para que a formação educacional seja plenamente garantida no Brasil.   Primeiramente, deve-se elencar que a ineficiência do Estado é um entrave que dificulta a formação educacional dos surdos. Para o Sociólogo Zygmmunt Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", na modernidade, as instituições perderiam suas funções mas manteriam sua forma caracterizando "Instituições Zumbis". Diante de tal pensamento, o Estado ao deixar de investir em dispositivos de acessibilidade nas escolas, se caracteriza como uma dessas instituições porque deixa de exercer sua função, assegurar educação de qualidade para os surdos, o que faz com que menos deficientes usufruam desse direito na prática.     Ademais, outro desafio para os deficientes auditivos é o preconceito no ambiente escolar. De acordo com o INEP, nos últimos cinco anos o número de surdos matriculados nas escolas sofreu queda de quase 20% principalmente nas escolas com classes comuns. Assim, infere-se que a escola tem deixado de ser um ambiente atrativo para os deficientes, pois o bullying, a falta de estrutura e o preconceito com esse setor da sociedade potencializa a evasão escolar, o que corrobora para que a formação educacional não seja total. Diante disso, a visão equivocada sobre os surdos fortalece preconceitos e práticas discriminatórias, o que gera exclusão e a perda do interesse pelos estudos.    Portanto, frente ao exposto, fazem-se necessárias medidas para que a formação educacional dos surdos seja efetiva como prevê a Constituição do Brasil. Para isso, é imprescindível que o Estado passe a ser mais eficiente. Para isso, por meio de investimentos nas escolas, a ampliação de classes bilíngues, cursos de ensino de libras e uso de tecnologias para garantir a inclusão dos surdos são ações fundamentais para  a manutenção da educação desse grupo. Outrossim, a fim de mitigar preconceitos nas escolas e a atrair mais estudantes deficientes, a Escola deve realizar debates e palestras com os alunos e a comunidade para dar a importância devida aos surdos, pois como disse o Filósofo Platão "Educar é mudar posturas".