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Enviada em: 06/11/2017

No século XIX, o sociólogo Émile Durkheim disseminou um pensamento segundo o qual a a sociedade funciona como um organismo vivo, ou seja, todos os seus componentes deveriam viver em harmonia para que fosse possível conquistar o bem-estar geral. Sob essa óptica do pensador francês, no entanto, o Brasil caminha lentamente para atingir o equilíbrio nacional, visto que alguns setores populacionais, como o dos surdos, enfrentam inúmeros desafios concernentes, por exemplo, à formação educacional, situação a qual fomenta maior empenho social e político para ser positivamente transformada.       De fato, muitas pessoas com insuficiência auditiva — parcial ou total — são privadas do acesso ao ensino, o que fere o Estatuto criado em 2015 em favor dos deficientes. Tal legislação, pautada em ideais igualitários, tem como um de seus objetivos garantir a plena existência de uma educação inclusiva. Percebe-se, todavia, que esse direito civil não é ofertado por grande parcela das instituições educacionais. Em defesa dessa assertiva, convém colocar em destaque, a título de ilustração, o despreparo da maior parte dos professores em lidar com alunos surdos, os quais se comunicam por Libras, língua de sinais pouco difundida entre a população.      Ademais, devem ser citados os problemas relativos ao âmbito político brasileiro. Nesse contexto, ressalta-se que, embora haja leis responsáveis por proteger os deficientes auditivos, são inexpressivas as fiscalizações no tocante ao cumprimento delas. Destarte, o desrespeito aos direitos da minoria social em questão se torna constante, prejudicando o exercício da cidadania pelas pessoas surdas. Soma-se a essa problemática legislativa, ainda, a escassa promoção de informes elucidativos, pelos governantes em geral, acerca da importância da educação inclusiva para o progresso nacional.    Portanto, com o fito de superar os desafios da formação educacional dos surdos no Brasil, propiciando a existência da sociedade equilibrada idealizada por Émile Durkheim, compete às instituições educacionais — públicas e privadas — estimular, por meio da introdução da disciplina de Libras no currículo escolar, a aprendizagem, por todos, desse código comunicacional tão importante para a nação. Outrossim, com o mesmo objetivo, os governantes devem, por intermédio de campanhas educativas vinculadas na mídia televisiva, elucidar a população sobre a importância da educação inclusiva, incitando, por exemplo, a realização de denúncias anônimas concernentes ao descumprimento, por órgãos de ensino, da Lei. Assim, será possível alcançar uma sociedade equilibrada.