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Enviada em: 06/11/2017

Segundo Immanuel Kant, filósofo alemão, a ética humana deve ser seguida por meio de "imperativos categóricos", ou seja, baseada em atitudes que visão ao bem coletivo. Todavia, no Brasil, essa filosofia tem estado em segundo plano, como apontam os desafios impostos aos deficientes auditivos. Nesse sentido, faz-se imprescindível analisar os aspectos políticos e sociais que corroboram para o problema, bem como, suas consequências.       Indubitavelmente, as instituições governamentais falham com a população portadora de dificuldades auditivas. Prova dessa falha são os dados divulgados pelo Inep, segundo esses, em quatro anos o número de matrículas em classes especiais para surdos caiu quase pela metade. Partindo-se desse fato, nota-se que a deficiência nas políticas públicas para essa parcela populacional pode ser um fator segregacionista. Uma vez que a redução na quantidade de deficientes auditivos matriculados nas escolas abre espaço para formação de uma minoria com reduzida escolaridade  e profissionalização, o que dificulta, ainda mais, a inserção dessa população na sociedade.       Além dos fatos supracitados, é importante destacar que os empecilhos para formação educacional de surdos encontram respaldo na inércia do Estado. Se, por um lado, há uma constituição que assegure os direitos necessários à inclusão social desse setor, por outro, não há políticas públicas específicas que garantam a plena efetividade constitucional. Portanto, nota-se que, embora haja a ideia da máxima de Kant, essa não é aplicada, efetivamente, à sociedade.       Diante desse contexto, conclui-se que os desafios para formação de deficientes auditivos é um grave problema, já que excluí essa população de seus direitos democráticos. Sendo assim, cabe ao Ministério da Educação, em consonância com as Secretarias de Educação Municipais trabalhar na elaboração de um programa que vise aumentar o número de deficientes auditivos matriculados. Para tanto, seria interessante a criação, nos municípios, de  conselhos compostos por pedagogos e psicólogos, que façam visitas quinzenais às residências dos portadores de deficiências, a fim de inseri-los no meio escolar. Ao Ministério dos Direitos Humanos, junto das bancadas parlamentares é função criar e aprovar leis que assegurem a criação e manutenção de centros especializados, em todos os municípios, que assegurem o ensino básico e técnico especiais aos surdos, de modo que possam fazer parte do mercado de trabalho e da sociedade, de fato, igualitária. Com esses meios, será possível alcançar a finalidade ética de Kant.